Presidente do BRB afirma que valor de compra do Master, inicialmente de R$ 2 bilhões, deve cair
Paulo Henrique Costa afirmou que análise dos ativos do banco paulista excluirá mais itens do que se esperava
O presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, que anunciou no último dia 28 a compra de 58% do banco Master por R$ 2 bilhões, disse nesta quinta-feira que o preço deverá recuar. Ele afirmou que a instituição ainda está analisando os ativos do Master, e devem ser excluídos da transação bem mais que os R$ 23 bilhões em ativos do Master, que ele havia revelado em diversos entrevistas.
— A diligência neste momento está concentrada na carteira de crédito e é provável que o perímetro da transação que virá exclua bem mais que os R$ 23 bilhões que divulgamos em conversas com a imprensa — disse Costa, em teleconferência após a divulgação de resultados de quarto trimestre do BRB.
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O Master capta recursos via Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) — que correspondem a 80% de sua captação — e empresta a empresas com problemas financeiros. Também criou estruturas que preveem a conversão em participações societárias nessas empresas. Também tem em seus ativos precatórios e direitos creditórios, papéis que na avaliação de analistas são de difícil precificação e têm baixa liquidez. Estes ativos, dizem os especialistas, é que devem ser excluídos da transação.
— Somente as operações de crédito que estejam alinhadas aos objetivos do novo conglomerado vão ser consideradas como perímetro para o negócio a ser analisado pelo Banco Central — disse.
Costa tem dito em entrevistas que o acordo de compra do Master, anunciado pelo banco controlado pelo governo do Distrito Federal, vai envolver a compra dos ativos mais saudáveis e estrategicamente relevantes do Master.
Na teleconferência, Costa afirmou que as operações do Master que interessam ao BRB são aquelas ligadas a segmentos de médias e grandes empresas, consignado e serviços de câmbio.
Perguntado se participações em empresas 'estressadas financeiramente' que o Master possui, como na Oncoclínicas, poderiam entrar no negócio entre BRB e Master, Costa afirmou que “nenhuma participação em nenhuma empresa que não esteja na atividade bancária faz parte dessa transação”.
Lucro menor que o do Master
O BRB lucrou no ano passado R$ 282 bilhões, quase um terço do que o Master teve de lucro — R$ 1 bilhão — no ano passado.
O balanço do BRB mostrou que o banco comprou, de agosto a dezembro do ano passado, R$ 5,9 bilhões em carteiras de crédito, sendo R$ 4,7 bilhões do Master. Costa disse que o BRB já comprou mais de R$ 8 bilhões em carteiras de crédito do Master.
O Banco BRB encerrou 2024 com a marca de 1.042 pontos de atendimento no Distrito Federal e em mais 19 estados do país. Costa disse em entrevistas recentes que a compra do Master vai ajudar o BRB a expandir suas operações pelo Brasil. O balanço mostra que o BRB já vem buscando atuação além do Distrito Federal.
O BRB expandiu sua atuação por meio de correspondentes bancários atingindo de 842 parceiros, incluindo a inauguração de cinco novas unidades em Alagoas. No Tocantins, o BRB fechou um contrato com o governo para gerir a folha de pagamento do estado, além da abertura de doze novos pontos de atendimento.
O Nação BRB FLA, parceria com o time do Flamengo, chegou ao final de 2024 superando a marca das 3,7 milhões de contas, com crescimento de 4% em relação ao terceiro trimestre de 2024.

