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Presidente do BRB afirma que valor de compra do Master, inicialmente de R$ 2 bilhões, deve cair

Paulo Henrique Costa afirmou que análise dos ativos do banco paulista excluirá mais itens do que se esperava

Presidente do BRB afirma que valor de compra do Master, inicialmente de R$ 2 bilhões, deve cairPresidente do BRB afirma que valor de compra do Master, inicialmente de R$ 2 bilhões, deve cair - Foto: Rafael de Matos Carvalho/Adobe Stock

O presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, que anunciou no último dia 28 a compra de 58% do banco Master por R$ 2 bilhões, disse nesta quinta-feira que o preço deverá recuar. Ele afirmou que a instituição ainda está analisando os ativos do Master, e devem ser excluídos da transação bem mais que os R$ 23 bilhões em ativos do Master, que ele havia revelado em diversos entrevistas.

— A diligência neste momento está concentrada na carteira de crédito e é provável que o perímetro da transação que virá exclua bem mais que os R$ 23 bilhões que divulgamos em conversas com a imprensa — disse Costa, em teleconferência após a divulgação de resultados de quarto trimestre do BRB.

O Master capta recursos via Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) — que correspondem a 80% de sua captação — e empresta a empresas com problemas financeiros. Também criou estruturas que preveem a conversão em participações societárias nessas empresas. Também tem em seus ativos precatórios e direitos creditórios, papéis que na avaliação de analistas são de difícil precificação e têm baixa liquidez. Estes ativos, dizem os especialistas, é que devem ser excluídos da transação.

— Somente as operações de crédito que estejam alinhadas aos objetivos do novo conglomerado vão ser consideradas como perímetro para o negócio a ser analisado pelo Banco Central — disse.

Costa tem dito em entrevistas que o acordo de compra do Master, anunciado pelo banco controlado pelo governo do Distrito Federal, vai envolver a compra dos ativos mais saudáveis e estrategicamente relevantes do Master.

Na teleconferência, Costa afirmou que as operações do Master que interessam ao BRB são aquelas ligadas a segmentos de médias e grandes empresas, consignado e serviços de câmbio.

Perguntado se participações em empresas 'estressadas financeiramente' que o Master possui, como na Oncoclínicas, poderiam entrar no negócio entre BRB e Master, Costa afirmou que “nenhuma participação em nenhuma empresa que não esteja na atividade bancária faz parte dessa transação”.

Lucro menor que o do Master
O BRB lucrou no ano passado R$ 282 bilhões, quase um terço do que o Master teve de lucro — R$ 1 bilhão — no ano passado.

O balanço do BRB mostrou que o banco comprou, de agosto a dezembro do ano passado, R$ 5,9 bilhões em carteiras de crédito, sendo R$ 4,7 bilhões do Master. Costa disse que o BRB já comprou mais de R$ 8 bilhões em carteiras de crédito do Master.

O Banco BRB encerrou 2024 com a marca de 1.042 pontos de atendimento no Distrito Federal e em mais 19 estados do país. Costa disse em entrevistas recentes que a compra do Master vai ajudar o BRB a expandir suas operações pelo Brasil. O balanço mostra que o BRB já vem buscando atuação além do Distrito Federal.

O BRB expandiu sua atuação por meio de correspondentes bancários atingindo de 842 parceiros, incluindo a inauguração de cinco novas unidades em Alagoas. No Tocantins, o BRB fechou um contrato com o governo para gerir a folha de pagamento do estado, além da abertura de doze novos pontos de atendimento.

O Nação BRB FLA, parceria com o time do Flamengo, chegou ao final de 2024 superando a marca das 3,7 milhões de contas, com crescimento de 4% em relação ao terceiro trimestre de 2024.

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