Raízen compra Payly e inicia unidade de serviços financeiros
Empresa vai ampliar oferta de carteira digital, com crédito, seguros e capital de giro para fornecedores
A Raízen anunciou nesta segunda-feira a compra da fintech Payly, dando início a sua unidade de serviços financeiros. Com a aquisição da startup, a empresa especializada em transição energética pretende potencializar o alcance do seu aplicativo de pagamentos Shell Box e ampliar o leque de carteira digital, inclusive com crédito e seguros.
O valor pago na aquisição foi de R$ 78 milhões. A estimativa é que em 10 anos o Ebitda da Raízen aumente de R$ 300 milhões e R$ 500 milhões por ano. A transação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A Payly já tem soluções de carteira digital para pessoas jurídicas, mas são limitadas, segundo Carlos Moura, CFO da Raizen. A ideia, diz ele, é desenvolver outras para fornecedores como capital de giro, seguros e crédito.
Ele explica que a Raízen não vai disponibilizar seu crédito, mas de terceiros e fazer a operação. Além do conhecimento da Payly, a empresa quer aproveitar um produto da casa, o Shell Box, um no qual o cliente faz a compra, de combustível ou nas lojas de conveniência, através de um código repassado ao frentista ou atendente, sem a necessidade de passar o cartão.
"A fintech pode transformar a Raízen em uma grande originadora de crédito. O objetivo é firmar parcerias com instituições financeiras ou fundos para as transações. O crédito e o seguro vêm do conjunto desse ecossistema", pontua o executivo.
O Shell Box, continua ele, pode ser tanto para clientes com carro ou para quem compra apenas nas lojas de conveniência. Neste primeiro momento, porém, a concentração é para os fornecedores, onde há maior movimentação financeira.
A Payly está sendo comprada da Cosan, da qual a Raízen também faz parte. Desta forma, todas ficam debaixo do mesmo guarda-chuva, no entanto, a Payly passa a pertencer diretamente à Raízen.

