Sex, 05 de Dezembro

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Recursos do IOF são "imprescindíveis" e não há há alternativa hoje, diz Tesouro

Secretário diz que existe entendimento entre autoridades para que não haja retrocesso na política fiscal

Rogério Ceron, secretário do Tesouro NacionalRogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quinta-feira que os recursos arrecadados com a medida de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) são “imprescindíveis”.

Segundo Ceron, não há outras alternativas de fontes de recurso para compensar a perda que o governo teria com a derrubada do decreto que elevou o IOF.

— Não há sentido em qualquer retrocesso, isso é uma compreensão geral, a fotografia do dia é que as fontes do recurso são imprescindíveis e não há alternativa hoje na fotografia para isso. Nós temos 10 dias para fazer uma discussão aprofundada e levar para as demais áreas de governo — disse o secretário em entrevista coletiva nesta quinta.

O secretário diz que há entendimento entre as autoridades sobre a importância dos recursos para manter o funcionamento da máquina pública. Ele ressalta que é preciso encontrar soluções estruturantes para o ano que vem.

— O relato público de todos (autoridades) não foi no sentido de quais soluções neste momento, mas abertura para essa discussão: qual melhor arranjo, como vai ocorrer, se vai ter alguma alteração e qual vai ser — declarou.

O governo tem o desafio de cumprir a meta fiscal em 2025, que é de zerar o déficit. No ano passado o resultado foi negativo em R$ 43 bilhões. Com as regras do novo arcabouço fiscal, há uma margem tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, equivalente a cerca de R$ 31 bilhões

Diante de um cenário complicado para cumprir as metas fiscais, o governo editou a medida de aumento do imposto cobrado em transações como compra de moeda estrangeira, remessas ao exterior, operações de crédito e uso de cartão de crédito internacional. O objetivo foi elevar a arrecadação federal em cerca de R$ 20 bilhões.

No mesmo dia do anúncio, na última quinta-feira, o Ministério da Fazenda recuou da taxação sobre envio de recursos de fundos ao exterior, o que reduziu em R$ 1,4 bilhão o impacto da medida — mas isso já foi equacionado.

A medida agora enfrenta resistência no Congresso Nacional, que acumula 20 projetos para derrubar os feitos do aumento sobre o IOF.

O governo tenta manter de pé o decreto, argumentando junto ao Congresso Nacional que uma eventual derrubada da medida elevaria a um cenário de paralisação da máquina pública.

Chamado tecnicamente de shutdown, isso ocorre quando as despesas não obrigatórias caem a um nível que dificulta a manutenção do dia a dia do governo. As despesas não obrigatórias pagam investimentos, compras do governo e o custeio de coisas mais básicas, como insumos e contas de luz.

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