Regras do WhatsApp permitem que robô de IA tenha conversas sensualizadas com crianças, diz agência
Reuters teve acesso a documento de 200 páginas da Meta, que fixa diretrizes também para Facebook e Instagram
Um documento interno da Meta revelou que, até recentemente, suas diretrizes permitiam que chatbots de inteligência artificial “envolvessem crianças em conversas românticas ou sensuais”, divulgassem informações médicas falsas e ajudassem usuários a argumentar que pessoas negras seriam “mais burras que pessoas brancas”.
A análise da Reuters ao material mostra que o documento da Meta orientava o funcionamento do assistente Meta AI e dos chatbots disponíveis no Facebook, WhatsApp e Instagram, plataformas de mídia social da empresa.
A Meta confirmou a autenticidade do documento e afirmou que, após questionamentos da Reuters, removeu os trechos que permitiam flertes ou brincadeiras de caráter romântico com crianças.
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De acordo com a Reuters, o documento, intitulado “GenAI: Content Risk Standards”, detalha regras para chatbots aprovadas pelo setor jurídico, de políticas públicas e engenharia da Meta, incluindo seu principal especialista em ética. Com mais de 200 páginas, o texto define quais comportamentos de chatbots são considerados aceitáveis ao desenvolver e treinar os produtos de IA generativa da empresa.
A reportagem da Reuters aponta que o documento esclarece que essas normas não refletem necessariamente os resultados “ideais ou preferíveis” da IA, mas permitiram comportamentos provocativos por parte dos bots.

