Restrição no Santos Dumont pode ser revista se Galeão chegar a 16 milhões de passageiros, diz França
Márcio França afirma ainda que quer retomar voos comerciais em Pampulha, aeroporto central de Belo Horizonte
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, disse nesta sexta-feira (11), em entrevista à GloboNews, que as restrições de voos no Santos Dumont poderão ser retiradas quando o Aeroporto do Galeão voltar a um patamar de passageiros da ordem de 16 milhões por ano.
O governo Lula decidiu restringir os voos no Santos Dumont para um raio de 400 quilômetros. Assim, a partir de janeiro, o terminal vai operar apenas para Congonhas (São Paulo); Pampulha (Belo Horizonte) e Vitória. Confins e Guarulhos, por serem aeroportos internacionais, também não poderão ter voos para Santos Dumont.
Num primeiro momento, as restrições serão para atender requisitos de segurança para uma obra a ser realizada na pista do Santos Dumont e que podem durar até 720 dias (dois anos). E o governo vai encaminhar um projeto de lei com pedido de tramitação em urgência para incluir Brasília entre as rotas operadas a partir do Santos Dumont. Esse mesmo projeto deve abrir caminho para que a restrição no aeroporto central do Rio de Janeiro dure mais tempo do que o prazo previsto para as obras.
Leia também
• Anac antecipa redução de voos no Santos Dumont para outubro
• CEO da Latam critica restrição de voos por destino no Santos Dumont
França argumentou que as companhias e os passageiros preferem voar pelo Santos Dumont mas que, se não houvesse restrições, o terminal iria operar acima da sua capacidade. Além disso, segundo o ministro, é preciso dinamizar o Galeão, que é um dos “maiores aeroportos e mais bem preparados aeroportos do país”.
"O Galeão, no ano passado, teve menos de 5 milhões de passageiros e este ano vai atingir já 8 milhões de passageiros, num crescimento bem substancial. Mas isso vai acelerar o crescimento. E depois, se normalizar com 15 a 16 milhões (de passageiros), nós podemos voltar então, com os o voos para o Santos Dumont".
O ministro cobrou, porém, que a companhia que administra o aeroporto – a concessionária RioGaleão, do grupo cingapuriano Changi – busque melhorar a atratividade do aeroporto:
"Nós precisamos incentivar também o Galeão a ter fluxo e agora precisamos que a companhia que administra o Galeão, que ganhou essa concorrência há muitos anos atrás, que ela também se mexa e se vire e que faça também empreendimentos que tragam hotelaria, que traga restaurantes como todos os outros aeroportos do Brasil. Todos os aeroportos do Brasil já voltaram ao fluxo de antes da pandemia, exceto com Galeão".
França disse ainda que pretender retomar os voos comerciais no aeroporto de Pampulha, que hoje opera praticamente só com aviação executiva
"Não tem mais voo de carreira em Pampulha, o que também acaba sendo incômodo para a população. Nós tivemos lá recentemente e a nossa ideia é que o governo possa voltar. Aí a empresa possa voltar a ter voos regionais para Minas Gerais, que também é um estado bem grande. Precisa de aviação"

