Qua, 24 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
parcerias público-privadas (PPPs)

Rio, mais seis estados e 2 mil cidades não terão aval da União em PPPs; entenda

Tesouro vai oferecer cobertura caso as contrapartidas de prefeitos e governadores previstas nos contratos não sejam cumpridas. Mas apenas entes com nota de crédito alta terão

Saneamento básicoSaneamento básico - Foto: Rafael Furtado / Folha de Pernambuco

Os estados do Rio de Janeiro, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Goiás, além de 2 mil municípios, não conseguirão obter garantias do Tesouro Nacional para parcerias público-privadas (PPPs).

O Ministério da Fazenda anunciou nesta quinta-feira (20) um conjunto de medidas para incentivar esse tipo de projeto, uma bandeira do ministro Fernando Haddad.

Uma das medidas anunciadas é para permitir que o Tesouro seja garantidor de eventuais calotes de governadores e prefeitos, ponto recorrentemente criticado pelo setor privado.

O Tesouro, porém, só vai garantir as operações nos estados com nota positiva de crédito, de acordo com o secretário Rogério Ceron. Essa nota depende de fatores como dívida e despesas.

Hoje, o Tesouro já usa essa nota para garantir empréstimos dos estados e municípios. Os estados do Rio de Janeiro, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul têm nota de crédito baixa e, com isso, não ficam autorizados a obter empréstimo com aval do Tesouro Nacional. Goiás, por sua vez, está no Regime de Recuperação (RRF), o que também limita o acesso ao crédito.

Além disso, 2 mil municípios também têm notas baixas e não podem fazer operações de crédito garantida pelo Tesouro.

As PPPs são um modelo de concessão que pode envolver construção, operação e manutenção de diferentes ativos e serviços. Um dos focos da Fazenda é dar maior segurança aos recursos que as empresas privadas recebem para prestar os serviços previstos nas PPPs.

Para isso, o Tesouro será garantidor das contrapartidas dos estados e municípios. Uma trava importante ao modelo das PPPs hoje é que se tornou comum que as contrapartidas dos estados e municípios não sejam honradas durante os contratos. Isso afasta investidores e faz as empresas cobrarem valores maiores, já que o risco também é maior.

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que hoje são menos de 200 PPPs, mas o potencial de investimentos é da ordem de R$ 150 bilhões.

"O Tesouro já presta aval para operações de crédito para estados e municípios. Com o aval da União, o risco de inadimplência é nulo e o custo é mais baixo" disse Ceron.

Quando o Tesouro é garantidor de uma operação e o estado ou município deixa de pagar, o Tesouro arca com esse valor e depois executa a chamada contragarantia. A contragarantia é o bloqueio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM).

Veja também

Newsletter