Sair meia hora mais cedo do trabalho é a nova tendência nos escritórios dos EUA
Dia de trabalho dos americanos agora termina às 16h39, 36 minutos mais cedo que a média anterior, diz pesquisa
O dia de trabalho médio dos americanos agora termina às 16h39, um adiantamento notável de 36 minutos em relação a dois anos atrás, quando o expediente se encerrava por volta das 17h21, de acordo com os dados mais recentes da empresa de análise da força de trabalho e produtividade ActivTrak.
O novo relatório acompanhou os comportamentos no ambiente de trabalho de mais de 200 mil funcionários em 777 empresas.
Apesar da jornada de trabalho mais curta, os dados indicam que a produtividade geral aumentou cerca de 2%.
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Segundo a ActivTrak, os funcionários agora realizam períodos concentrados de produtividade com duração de 24 minutos.
— Espero ver esses números se mantendo consistentes ano após ano no que diz respeito à duração da jornada de trabalho e à produtividade — disse Gabriela Mauch, chefe do Laboratório de Produtividade da ActivTrak. — Esses são números saudáveis. Nos adaptamos a uma jornada de trabalho tradicional, em média, ao mesmo tempo em que oferecemos flexibilidade e fluidez de uma forma que atende às necessidades dos funcionários.
Agosto e dezembro são mais puxados
O relatório também apontou que as flutuações sazonais são um fator importante. Os funcionários tendem a trabalhar mais horas em agosto e dezembro.
O aumento em agosto coincide com o retorno das férias, quando os funcionários começam a correr para atingir as metas de fim de ano, disse Mauch. Além disso, dezembro pode ser visto pelas organizações como mais uma oportunidade para recuperar o tempo perdido, acrescentou.
O relatório da ActivTrak revelou que, enquanto as horas de trabalho durante a semana diminuíram, o trabalho aos fins de semana está em alta.
Mauch observou que sempre haverá um grupo central de pessoas que trabalha nos fins de semana e que, de modo geral, os profissionais se tornaram mais confortáveis com a flexibilidade, de forma que muitos não se importam em sair mais cedo nos dias úteis e deixar o restante do trabalho para o fim de semana.
— Embora as organizações tenham feito avanços significativos para promover hábitos de trabalho saudáveis e reduzir o risco de burnout, o aumento do trabalho nos fins de semana — especialmente em grandes empresas — sugere a necessidade de um monitoramento contínuo para proteger os limites entre vida profissional e pessoal — destacou o relatório.
O impacto das iniciativas de retorno ao escritório após o período de trabalho remoto da pandemia tem sido misto, segundo a ActivTrak. Enquanto algumas empresas relatam melhorias na colaboração e na produtividade, outras enfrentaram uma queda, o que ressalta a complexidade das dinâmicas do trabalho moderno.
— Acredito que as organizações acabarão aceitando que as políticas de escritório não têm uma solução única para todos. A questão não será mais "O que é melhor: trabalho remoto, híbrido ou presencial?", mas sim "O que é melhor para nós?". E a resposta para isso dependerá do tipo de trabalho, dos estilos de gestão e da cultura organizacional — disse Mauch.
Juntas, essas tendências destacam uma mudança significativa no ambiente de trabalho, onde dias mais curtos e esforços mais concentrados estão redefinindo os sinais de produtividade, ela diz:
— À medida que essas tendências continuam, as organizações devem equilibrar as vantagens da eficiência com a manutenção de práticas de trabalho sustentáveis e do bem-estar dos funcionários — concluiu o relatório.

