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Agronegócio

Seguro rural: entenda como funciona e quais são as categorias

Para proteger os agricultores de prejuízos financeiros causados pelas adversidades do clima existe o seguro rural, um dos mais importantes instrumentos de política agrícola

Foto: Agência Brasil

Secas, enchentes e altas temperaturas são alguns dos fenômenos climáticos que podem impactar no desempenho do agronegócio. E com as adversidades do clima ainda mais frequentes e severas, os agricultores ficam suscetíveis às perdas de produção. 

Para protegê-los de prejuízos financeiros existe o seguro rural, um dos mais importantes instrumentos de política agrícola que indeniza o produtor por eventuais danos ao bem segurado e, também, pode viabilizar o acesso a linhas de crédito para a expansão do seu negócio. 

Para ser contemplado, o agricultor deve procurar um corretor de sua preferência ou uma instituição financeira que disponibiliza a subvenção. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ao contratar uma apólice de seguro rural, o produtor (pessoa física ou jurídica) pode minimizar suas perdas ao recuperar o capital investido na sua lavoura. 

Indenizações 
Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o seguro rural pagou cerca de R$ 4,7 bilhões em indenizações no ano passado. Além disso, houve uma arrecadação de R$ 13,9 bilhões. De acordo com o Mapa, 6,2 milhões de hectares são protegidos por esse tipo de benefício. 

“Os agricultores que receberam as indenizações puderam honrar os seus compromissos financeiros e se manter na atividade sem perdas. Aqueles que, porventura, não contrataram o seguro e tenham tido perdas, devem ter tido dificuldades em honrar os seus compromissos financeiros”, pontuou o presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Joaquim Neto. 

Presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Joaquim Neto. Foto: Alessandro Mendes

Segundo o Sistema de Estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (SES/Susep), o seguro rural é o 3º maior grupo de seguros, representa 11,2% do mercado e é distribuído em diversos ramos: agrícola (40%), vida do produtor rural (28,1%), penhor rural (20,9%), benfeitorias e produtos agropecuários (9,8%), pecuário (0,7%), florestal (0,1%) e animais (0,1%).

Só no seguro agrícola, entre abril de 2012 e setembro de 2023, houve um repasse de R$ 26,6 bilhões em indenizações e uma arrecadação de R$ 32 bilhões, segundo a CNseg. 

Divisões
O presidente explicou que o seguro se divide principalmente em multirisco, com várias coberturas juntas ou risco nomeado, com um ou dois tipos de coberturas. O risco nomeado é direcionado para atender frutas, hortaliças, café e cana-de-açúcar. 

Já o seguro multirisco destina-se para as culturas de grãos como soja, milho e trigo e se divide entre produtividade ou custeio. O custeio garante o valor da aquisição dos insumos e a produtividade garante o quanto o trabalhador imagina produzir e comercializar na sua safra. 

No seguro agrícola, a área segurada estimada em 2023 foi de 11,3 milhões de hectares, redução de cerca de 30% em relação à 2021. Segundo Joaquim Neto, vários fatores podem ter ocasionado a diminuição. 

“O primeiro fator deve ter sido a diminuição do recurso de subvenção. O segundo foi relacionado ao aumento do custo de produção dos insumos, a questão do valor das commodities. Além disso, a questão dos eventos climáticos que ocorreram nesses períodos elevou um pouco o custo da contratação do seguro”, disse. 

Além da atividade agrícola, o seguro rural cobre a pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos produtores. 

Ocorrências 
Segundo o Registro Nacional de Sinistros (RNS) Rural, ferramenta desenvolvida pela CNseg, entre abril de 2012 a novembro de 2023, a seca foi a principal causa de sinistros, com 72.293, seguida pelo granizo, com 30.509 ocorrências, e geada, com 19.896.

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