Sem acordo com China e EUA, TikTok está "pronto para próxima fase", diz vice-presidente de negócios
Diretora de negócios da empresa reforçou compromisso com usuários, 'independentemente' do tamanho ou escala da plataforma. Ela participou do Web Summit Lisboa nesta quarta-feira
Há mais de um ano sob impasse com o governo americano e sem um acordo publicamente firmado sobre a continuidade de sua operação nos Estados Unidos, o TikTok tenta ecoar uma visão otimista sobre seu futuro no país onde possui 170 milhões de usuários.
Em Lisboa, a vice-presidente global de soluções de negócio da plataforma, Khartoon Weiss, subiu ao palco do Web Summit e evitou falar em "banimento" do aplicativo, preferindo reforçar o compromisso da plataforma com os usuários e ressaltar o impacto que produz sobre a cultura e a economia digital.
— Somos muito otimistas, e sempre fomos, nesses meus cinco anos e meio aqui. Acho que isso é o que nos diferencia. Quando as pessoas vão trabalhar para construir, e não apenas para consertar, é um outro tipo de mentalidade — disse Weiss, a um auditório lotado no evento de tecnologia.
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— Temos construído algo que hoje está presente em mais de 150 países, com mais de 1,1 bilhão de usuários.
Como EUA e China ainda precisam alinhar os detalhes finais do acordo - a expectativa é que a assinatura possa ocorrer na próxima quinta-feira, disse Trump à CNBC -, não estão descartadas possibilidade de mudanças no algoritmo da plataforma, que deve operar nos EUA sob um acordo de licenciamento com a Oracle.
Khartoon evitou entrar em detalhes sobre eventuais alterações no sistema nos EUA. Ela sinalizou que a plataforma gastará mais tempo pensando novas oportunidades junto à comunidade:
— É nossa responsabilidade dá-los apoio. disse. — Continuamos confiantes na nossa plataforma e na sua capacidade de inovação. Criamos oportunidades para que os criadores façam lives, vendam e gerem comércio. E isso é o que vocês podem continuar esperando do TikTok, independentemente das fases, do tamanho da plataforma ou da escala — garantiu ela, ao mencionar que ferramentas de inteligência artificial podem ajudá-los, não substituí-los.
A executiva da plataforma chinesa reconheceu que o avanço da concorrência no mercado de aplicativos de entretenimento e vídeos curtos, mas garantiu que a empresa está focada em ser um parceiro cada vez mais estratégico para criadores, marcas e negócios.
— Estamos prontos para a próxima fase — disse.
Para a executiva, a plataforma chinesa há tempos deixou de ser um aplicativo somente de música, diversão e danças, para se tornar um verdadeiro "motor de crescimento" da economia.
Ela citou tendências como o "Travel Tok", perfis focados em experiências de viagens, e o "Book Tok", contas dedicadas à leitura na plataforma), que nos últimos 18 meses impulsionaram as vendas de livros em 40%.
— A descoberta na plataforma, por meio da busca, deixou de ser apenas uma transação. Virou um comportamento experiencial dentro do app — conclui.

