Ter, 23 de Dezembro

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Economia

Sem Canadá, EUA e México fecham acordo preliminar para revisar Nafta

"É um grande dia para o comércio. É um grande dia para o nosso o país", disse o presidente Donald Trump

Presidente americano Donald TrumpPresidente americano Donald Trump - Foto: Saul Loeb/AFP

Os Estados Unidos e o México chegaram a um acordo preliminar para revisar o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), que deverá se chamar Acordo Comercial Estados Unidos-México. Trata-se do passo mais importante na busca de um novo acordo desde que as conversas com México e Canadá, o terceiro membro do bloco, começaram, há um ano.

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"É um grande dia para o comércio. É um grande dia para o nosso o país", disse o presidente Donald Trump nesta segunda-feira (27), na Casa Branca. O Canadá, porém, não participou das negociações das últimas semanas e, por enquanto, não está incluído no novo acordo.

Trump afirmou que os Estados Unidos podem fazer um acordo separado com os canadenses. As discussões entre os dois países estão previstas para começar nesta semana. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, afirmou em sua conta no Twitter que conversou com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, sobre o estado das negociações e que falou sobre a importância da incorporação do país ao acordo para fecharem uma "negociação trilateral exitosa".

A medida representa uma vitória para o presidente americano, que classifica o Nafta como um dos piores acordos comerciais da história, em meio à guerra comercial que tem patrocinado contra países em todo o mundo. A renegociação do tratado foi uma das suas principais promessas de campanha.

O novo acordo foca as regras referentes à indústria automotiva, como foi divulgado nesta segunda pelo USTR (representação de comércio americano). Também inclui a atualização de regras sobre produtos industriais, agrícolas, propriedade intelectual e economia digital. Entre as mudanças, a obrigação por parte das montadoras de fabricar ao menos 75% de um automóvel na América do Norte para ficarem isentas de tarifas –a porcentagem anterior era de 62,5%.

Também precisarão ter de 40 a 45% de um automóvel feito por trabalhadores que ganhem ao menos US$ 16 (R$ 65) por hora, o que representa uma vitória para os sindicatos, críticos ao Nafta. Gary Hufbauer, especialista do Peterson Institute for International Economics, diz acreditar que o novo acordo vai impactar de forma negativa sobre o México, especialmente sobre suas indústrias automotiva e de aço.

Já Jason Marczak, diretor do Atlantic Council, vê a mudança como positiva para a relação comercial entre Estados Unidos e México. "Os termos são mais relevantes para a economia atual, pode servir de referência para outras negociações", diz.

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