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Economia

‘Serasa’ da microempresa é lançada

Empreendedores apresentam hoje, no Porto Digital, a plataforma de crédito Pague Bem Brasil

Álvaro Leal (centro) investiu R$ 30 mil no site junto com os sócios Paula Cruz e Rodrigo BorgesÁlvaro Leal (centro) investiu R$ 30 mil no site junto com os sócios Paula Cruz e Rodrigo Borges - Foto: Rafael Furtado

Cansado de não saber se estava fazendo negócio com empresas confiáveis, o empreendedor pernambucano Álvaro Leal criou uma plataforma de pesquisa e análise de crédito voltada para as micro, pequenas e médias empresas. A ideia é acabar com a inadimplência neste segmento, criando, com a ajuda dos usuários, uma lista de empresas mau pagadoras e intermediando a cobrança dessas dívidas através do site Pague Bem Brasil.

“Como tenho uma gráfica, percebi que os pequenos empresários sofrem com dois problemas: saber se a pessoa com quem faz negócios paga bem e fazer a cobrança desse serviço. Por isso, desenvolvi o Pague Bem Brasil para organizar esse processo e criar uma carteira de cobrança para as micro e pequenas empresas”, conta Álvaro Leal, que desenvolveu a plataforma com a ajuda dos sócios Paula Castro e Rodrigo Borges no Porto Digital. Eles foram acelerados e participaram da primeira turma do Mind the Bizz, programa de orientação e prática empreendedora do parque tecnológico pernambucano. Por isso, lançam oficialmente a plataforma no Porto Digital hoje.

Antes mesmo do lançamento, a Pague Bem Brasil já tem mais de 260 mil empresas cadastradas. “A ideia é formar um banco de dados para que as empresas pesquisem a situação de outras empresas dentro do Pague Bem, a primeira plataforma de pesquisa e análise de crédito gratuita do Brasil”, explica Leal, que pretende reunir 5 milhões de CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) até novembro para poder atender a todo o Brasil. “Queremos colaborar com a diminuição da inadimplência no País. E este momento é oportuno para isso, já que, devido à crise, muitas MPEs estão sofrendo com isso”, completa a sócia Paula Cruz, lembrando que, segundo a Serasa, o número de empresas inadimplentes cresceu 16% em maio deste ano, chegando a 5 milhões.

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Como usar
Para conferir se uma empresa foi alvo de queixa de inadimplência na plataforma, basta entrar no site do Pague Bem Brasil e digitar o nome ou CNPJ do negócio. Ao contrário da Serasa, o Pague Bem não exige cadastro nem cobra taxa para realizar a consulta (um plano de três consultas, por exemplo, custa R$ 45 na Serasa). Mas, se estiver sofrendo com um mau pagador, o empresário pode pagar uma taxa para a plataforma cobrar o débito. Hoje, o serviço custa R$ 24,90 e prevê o envio de 30 mensagens em um mês.

“Primeiro, mandamos lembretes de cobrança por e-mail e mensagens de celular. Depois de cinco dias, começamos a cobrança amigável. Se não houver acordo, passamos para uma cobrança mais rígida e podemos enviar uma notificação extrajudicial para a empresa inadimplente. Caso o pagamento não seja realizado depois de 72 horas dessa notificação, também há a possibilidade de o CNPJ dessa empresa ir para a lista de mau pagadores do Pague Bem Brasil”, detalha o criador da plataforma, dizendo que tudo se resume em três passos: pesquisar, cobrar e publicar.

E tudo ficará registrado. Por isso, caso a dívida não seja paga, o usuário do sistema pode solicitar um relatório das cobranças para apresentá-lo como prova em um possível processo judicial. “A expectativa é fechar 50 contratos já em setembro e começar a lucrar no início de 2019”, calcula o empreendedor, que investiu, junto com os sócios, R$ 30 mil no Pague Bem Brasil.

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