Setor público tem déficit de R$ 47,1 bilhões e dívida sobe para 76,6% do PIB em junho, segundo BC
Passivo que abrange governo federal, INSS e governos estaduais e municipais está em R$ 9,4 trilhões
O setor público consolidado registrou um déficit primário (quando se desconta o pagamento dos juros da dívida) de R$ 47,1 bilhões em junho deste ano, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quinta-feira. O resultado é 15% maior do que o déficit de R$ 40,9 bilhões registrado em junho do ano passado.
Os dados do setor público consolidado levam em conta os resultados fiscais de União, estados, municípios e empresas estatais (exceto setor financeiro e Petrobras).
O déficit acontece quando as despesas do governo são maiores que suas receitas com tributos e impostos. O mesmo acontece nos casos das empresas estatais, mas com suas receitas de serviços e produtos.
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O resultado refletiu os déficits de R$ 45,5 bilhões do governo federal e de R$ 954 milhões das estatais, e R$ 2,6 bilhões dos estados e municípios.
Em doze meses, o setor público consolidado acumulou superávit primário de R$ 17,9 bilhões, o que representa 0,15% do PIB.
Ao se considerar o critério nominal, que engloba as despesas com juros da dívida pública, houve déficit de R$ 108,1 bilhões em junho. No acumulado de doze meses, houve déficit nominal de R$894,4 bilhões (7,30% do PIB).
Dívida Bruta
O BC ainda divulgou o número da dívida bruta do Brasil em junho, que voltou a subir e atingiu R$ 9,4 trilhões, o que equivale a 76,6% do PIB, um crescimento de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior.
O cálculo leva em conta o governo federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e governos estaduais e municipais. Este é um dos principais indicadores econômicos observados pelos investidores na avaliação da saúde das contas públicas.
Segundo o BC, a variação mensal da dívida bruta foi puxada para cima pelos juros nominais apropriados (alta de 0,7 ponto percentual), das emissões líquidas da dívida (alta de 0,5 ponto percentual) e pelas variação do PIB nominal, que teve redução de 0,5 ponto percentual.
Dívida líquida
Enquanto isso, a dívida líquida, que desconsidera os ativos do governo, subiu a 62,9% do PIB em junho, chegando a R$ 7,7 trilhões, um crescimento de 0,9 ponto percentual em comparação com o mês anterior.

