Tarifaço de Trump e venda de carne de frango fizeram parte da conversa entre Lula e Xi Jinping
Segundo relatos, os dois líderes compartilharam experiências e defendido o multilateralismo
O tarifaço promovido pelo presidente Donald Trump no comércio com outros parceiros internacionais foi discutido na conversa telefônica que ocorreu, na noite de segunda-feira, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o chinês Xi Jinping.
Segundo auxiliares de Lula, o presidente da China se solidarizou com o Brasil.
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No telefonema, que durou cerca de uma hora, Lula e Xi compartilharam experiências sobre como estão lidando com a política protecionista americana. Nada teria sido pedido pelo presidente brasileiro ao chinês em termos de apoio político.
Brasil e China vivem situações diferentes. Enquanto o Brasil já é tributado com uma sobretaxa de 50% em parte das exportações brasileiras e corre o risco de ser alvo de novas sanções comerciais, a China acertou uma trégua de 90 dias para a vigência das novas tarifas e negocia um acordo com os americanos.
Os EUA pediram que os chineses passem a comprar quatro vezes mais soja do país, o que poderia afetar as vendas brasileiras ao mercado chinês.
A conversa incluiu outra pauta: a retomada da exportação de carne de frango para a China, suspensa por conta do caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul.
Em nota, o Palácio do Planalto informou que os presidentes dos dois países concordaram sobre o papel do G20 (grupo formado pelas maiores economias do mundo) e o Brics na defesa do multilateralismo.
"Os chefes de Estado também conversaram sobre a parceria estratégica bilateral. Nesse contexto, saudaram os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países e comprometeram-se a ampliar o escopo da cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites", diz a nota.
Já a mídia estatal chinesa destacou que Xi declarou que “todos os países devem se unir e se opor firmemente ao unilateralismo e ao protecionismo”.

