CDL Recife: à frente de um setor pujante e diversificado
O comércio gera empregos e contribui para uma robusta arrecadação de tributos, além de movimentar a cadeia produtiva da indústria e de serviços
Há 65 anos, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife é o elo entre o consumidor, os lojistas e o poder público, com dedicação e trabalho a serviço do varejo. Criada no dia 27 de junho de 1960, no Salão Azul do Grande Hotel, localizado, na época, no bairro de Santo Antônio, a entidade é uma das mais antigas associações de classe do país.
Segundo o presidente da CDL Recife e do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista do Comércio (Sindilojas Recife), Fred Leal, o comércio gera muitos empregos, possui uma robusta arrecadação de tributos e movimenta também a cadeia produtiva da indústria e de serviços.
“Chegamos aos 65 anos de uma maneira muito representativa, até porque muitas entidades do comércio aparecem e não têm o histórico que nós temos. Eu acho o nosso histórico excelente. Evidentemente, ao longo do caminho, a CDL mudou muito. A ferramenta chamada SPC é uma das razões do porquê a entidade cresceu tanto”, afirmou Fred Leal.
O SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil oferece consultas diversas, como CPF e CNPJ, além de soluções de cobrança, antifraude e serviços financeiros. A ferramenta é o maior banco de dados da América Latina que disponibiliza um sistema de informações para indicar a concessão de crédito às vendas.
A CDL Recife foi pioneira no país e unificou os dados de Pernambuco para migrar ao processamento central do SPC Brasil. Além do trabalho em conjunto com o SPC, a CDL Recife também possui convênio com a Serasa, empresa de proteção ao crédito e análise de dados.
“Antes desse sistema informatizado, para saber informações sobre o consumidor e se era bom pagador, uma empresa ligava para outra. E aí surgiram as fichas de consulta no papel. Não havia ainda um banco de dados nacional. Hoje, é regulamentado pelo Banco Central e realiza mais de 400 milhões de consultas no país por ano”, informou a entidade.
Diversificação
Pujante e com diversos segmentos, o comércio do Recife conta com mais de 8 mil lojas. Somente no centro da cidade, são mais de 1,5 mil estabelecimentos. Entre os setores estão vestuário, calçados, bijuterias, moda, beleza, móveis e decoração, aviamentos, artigos para festa e eventos, itens para alimentação, embalagens, eletrônicos e eletroportáteis, construção e brinquedos.
Além das campanhas sazonais ao longo do ano para incentivar as vendas do setor e atrair o público, a CDL Recife também oferece orientação jurídica, financeira e administrativa e iniciativas que possam atender às necessidades coletivas, ajudar a vender mais, reduzir a inadimplência e evitar fraudes.
Inovação
E para melhorar ainda mais a experiência dos lojistas e dos clientes, a entidade também investe em ações tecnológicas. Uma das iniciativas é o Projeto Rota do Comércio, um mapa interativo que permite localizar lojas e setores e ajuda o consumidor na hora de ir às compras nos bairros de Santo Antônio, São José e Boa Vista.
“A Rota do Comércio é uma plataforma digital que ajuda o consumidor a localizar lojas, identificar produtos, saber se o estabelecimento está aberto, e até traçar uma rota via Uber. Está em desenvolvimento, com apoio da Emprel e da prefeitura, e hoje funciona como uma grande vitrine digital. A ideia é que, em breve, ela evolua para o e-commerce, permitindo que o lojista venda diretamente pela plataforma”, explicou Fred Leal.
Por dois anos seguidos, a CDL Recife realiza um evento sobre inovação e tendências do mundo do varejo para atrair os lojistas da cidade. Este ano, o Pós NRF 2025 ocorreu em março e reuniu mais de 200 lideranças do segmento, entre micro, médios e grandes empresários do setor. O encontro abordou as novidades do NRF Big Show, considerado o maior evento do varejo mundial e que ocorre em Nova York, nos Estados Unidos.
Centro do Recife
Com o avanço das compras on-line e a mudança de hábito da população, a logística do centro do Recife passou por grandes mudanças. De acordo com Fred Leal, o comércio tradicional de décadas atrás não volta mais. Além disso, é importante que o lojista se diferencie e invista em melhorar a experiência do cliente com atendimentos personalizados.
“O centro precisa ser ocupado por moradia, por entidades públicas, por secretarias, por um Expresso Cidadão, por exemplo, para as pessoas voltarem ao centro. E as lojas vêm depois. O lojista não vai montar uma loja na Guararapes esperando que o público apareça. A gente só vê uma solução, que é ocupar o centro. E é um lugar excelente em moradia”, afirmou o presidente da CDL Recife.
Ainda segundo o representante do comércio da capital pernambucana, a entidade sempre está buscando fortalecer o setor. “Estamos sempre pensando em alternativas, debatendo e envolvendo o poder público e privado, olhando para frente e ajudando a fortalecer esse setor que é um dos pilares da nossa cidade”, acrescentou Fred Leal.

