Vale do São Francisco terá safra de US$ 1 bilhão
Grande foco dos produtores do Vale será o mercado nacional
No pico da colheita de frutas, o Vale do São Francisco espera ampliar de 5% a 8% a produção neste ano. A expectativa é colher cerca de 700 mil toneladas de manga e 250 mil toneladas de uva, o suficiente para abastecer o mercado interno e também exportar para países como Holanda, Estados Unidos e Espanha. E, com isso, o valor da safra pode chegar a US$ 1 bilhão, segundo a Associação dos Exportadores Hortigranjeiros e Derivados do Vale (Valexport).
“A colheita está intensa e a perspectiva é de crescimento em relação ao ano passado”, garantiu o presidente da Valexport, José Gualberto de Almeida, contando que o trabalho começou em setembro e segue até dezembro. Ele explicou ainda que o sucesso da safra se deve ao fato de os produtores terem conseguido vencer o problema hídrico que ameaçava a produção. “A única preocupação desta safra foi a crise de água, visto que o nível da Barragem de Sobradinho está baixo. Mas, por enquanto, isso não interferiu na
produção”, disse.
Neste ano, por sua vez, o grande foco dos produtores do Vale será o mercado nacional. É que, apesar de o dólar estar relativamente estável, os preços das frutas no exterior não estão tão atrativos quanto nos anos anteriores. “Ainda temos um retorno interessante, mas o preço está abaixo do esperado. Então, a expectativa é manter a exportação praticada em 2016”, esclareceu o diretor executivo da Valexport, Tássio Lustoza. O mercado externo deve, portanto, ficar com 30% - o equivalente a US$ 300 bilhões - da safra de uvas e mangas.
E o Aeroporto de Petrolina - Senador Nilo Coelho está de olho nesse movimento. É que, hoje, a maior parte das exportações da região é feita pelos portos de Pecém, Salvador e Suape. E, quando há exportações aéreas, nem sempre o terminal pernambucano é usado. Segundo a gerente comercial e de logística de cargas do aeroporto, Katiuscia Ribeiro, as frutas já foram exportadas pelo Sudeste porque Petrolina não oferecia capacidade de carga necessária. Ela, no entanto, garante que isso não vai mais acontecer. É que, graças à melhorias operacionais, o aeroporto recebeu certificação Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para ampliar as operações do terminal cargueiro.Com essa certificação, Petrolina pode receber a maior aeronave cargueira em atividade no Brasil, o B746-800. “Antes, recebíamos aeronaves com capacidade de até 115 toneladas. Mas, agora, podemos chegar a 136 toneladas de carga”, contou Katiuscia, dizendo que a frequência dos voos cargueiros também aumentou, passando de uma para duas operações semanais.
“Com isso, poderemos atender melhor os exportadores da região, que estão em período de safra”, afirmou a diretora, dizendo que isso vai diminuir o custo do frete.

