Vice-chefe da diplomacia dos EUA e diz que solução de crise com Brasil tem de ser "criativa"
Segundo relatos, Christopher Landau sinalizou que está à disposição para falar com governo brasileiro
O vice-secretário de Estado americano, Christopher Landau, disse a um grupo de executivos brasileiros, em reunião na última quarta-feira, que a crise com o Brasil precisa de uma "solução criativa". Landau também teria sinalizado que está à disposição para falar com o governo brasileiro.
Durante a conversa, o número dois do Departamento de Estado não mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas fez questão de citar nominalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Relator da ação penal na qual Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado, Moraes foi alvo de sanções da Casa Branca e chamado de "usurpador" do poder por Landau em uma publicação no mês passado. Segundo presentes à reunião, ele não tratou de novas punições a autoridades brasileiras.
Os resultados do encontro serão repassados ao vice-presidente Geraldo Alckmin, provavelmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O recado mais importante, na avaliação de pessoas que participaram da reunião, é que os Estados Unidos seguem esperando um diálogo com o Brasil. No entanto, o americano não explicou como isso poderia acontecer, uma vez que os EUA já deixaram claro que não negociam com o Brasil se a situação de Bolsonaro ficar de fora das discussões.
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Landau também reiterou que a sobretaxa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros foram aplicadas por políticos e que era uma situação sem precedentes. Logo, seria preciso ser criativo para buscar soluções.
Uma missão de empresários está nos EUA desde o início da semana, em busca de diálogo para abrir mais exceções para produtos brasileiros ao tarifaço do presidente americano, Donald Trump, e evitar novas sanções. O grupo participou também na quarta-feira, de uma audiência pública no Escritório do Representante Comercial (USTR) dos EUA.
A plenária teve por objetivo discutir a suspeita de práticas comerciais desleais pelo Brasil pelo USTR. O processo envolve temas como desmatamento, tarifas preferenciais em acordos comerciais com outros países, corrupção e meios de pagamento como o Pix.

