Votorantim aposta em inovação

Em um setor - naturalmente - conservador, como é o caso da construção civil, ser criativo e inovador é não só ousado, mas também necessário. Isso porque, se ficar estagnado, ser ultrapassado é quase inevitável. Essa é a visão da Votorantim, uma das maiores empresas globais do ramo. A empresa de cimentos, argamassas e concreto tenta levar a renovação para todas as partes do processo. "Inovar, para nós, é oferecer um produto ou serviço que seja novo e diferente dos demais no mercado", define a gerente da empresa, Sílvia Regina.

Para ressaltar o comprometimento com a inovação, por exemplo, a empresa destina um grupo de 20 pessoas especialmente para a área de pesquisa e desenvolvimento - mais conhecida como P&D. Inclusive, apesar do caráter conservador que assegura para não haver erros, escuta opiniões dos funcionários a fim de que mais ideias surjam. O objetivo em comum é, evidentemente, o crescimento do potencial criador da Votorantim.

Na prática, esse comportamento pode ser notado nos produtos. A ver pelo lançamento da linha de cerâmicas "piso sobre piso" - a qual não precisa quebrar muita coisa em casa e é mais simples a aplicação para a mão de obra. A novidade veio ao mercado após uma observação da global perceber que os consumidores brasileiros, por causa da famigerada crise econômica, estão buscando produtos que reduzam ao máximo seus custos. Vendo essa situação, a empresa resolveu seguir o fluxo e se adaptar. Na opinião do analista de desenvolvimento da Votarantim Márcio Jacob, essa percepção se configura como uma postura inovadora da empresa.

Outro ponto importante no contexto de levar economia ao cliente final e nos custos da empresa é buscar a sustentabilidade. "Quando levamos um produto às prateleiras que são de vários usos - aqueles que o cliente não precisa gastar com vários -, no fim das contas, diminui nossas contas com rodagem, transporte, produção", pontua o analista de desenvolvimento Jacob.

Se já existem produtos diferenciados no mercado, a empresa não pretende parar por aí. Ao longo deste ano, pretende lançar outros. Silvia antecipa novidades como, por exemplo, uma argamassa termoisolante (conserva temperatura do ambiente) e outra específica para faixadas de prédios. No ano passado, inclusive, projetos foram pensados e 70 foram realizados. A expectativa do grupo é de que o resultado positivo se mantenha este ano.

Questionada como é possível manter-se inovadora e com as contas no azul mesmo diante um cenário de retração na economia, Silvia é categórica: não tem como superar uma crise sem produzir coisas cada vez melhores e únicas. Por isso, o investimento não sofreu cortes. O que, no entanto, não significa dizer que o sentimento de fazer "mais com menos" não seja presente. "Requer o empenho de todos os envolvidos", destaca.

Veja também