Case IH e Plantar: aposta para o futuro
Parceria foca em biocombustíveis e conectividade como estratégias para descarbonizar a agricultura e ampliar a produtividade no campo
Com presença consolidada no agronegócio nordestino por meio da parceria com a Plantar - concessionária que atua na região entre os estados de Sergipe e Rio Grande do Norte -, a Case IH vem intensificando seus investimentos em inovação para impulsionar a agricultura sustentável no Brasil. A Plantar representa um elo estratégico da fabricante de máquinas agrícolas com os produtores.
“A Plantar é nossa parceira há mais de 15 anos e tem papel fundamental no atendimento ao produtor nordestino. Nós, da Case, somos responsáveis por fazer toda a gestão junto aos concessionários, oferecendo suporte em produtos, peças, serviços e tecnologia”, explica o diretor comercial da Case IH, Denny Perez.
Essa conexão com o campo é reforçada por uma diretriz clara: transformar o agronegócio por meio de soluções tecnológicas que conciliem produtividade e sustentabilidade. Nesse cenário, a Case aposta fortemente no uso do etanol como combustível para a nova geração de máquinas agrícolas, além de ampliar a digitalização e a conectividade dos equipamentos.
Segundo Perez, a empresa entende que a descarbonização do setor passa necessariamente pela substituição dos combustíveis fósseis. “Nosso objetivo é tirar o diesel das grandes operações agrícolas sem perder performance. E, para isso, o etanol se mostra uma solução adequada, eficiente e, principalmente, viável no contexto brasileiro”, afirma.
Diretor comercial da Case IH, Denny Perez | Foto: DivulgaçãoParceria
A iniciativa da Case IH com o etanol não surgiu do zero. Em 2012, a marca deu os primeiros passos em parceria com a Usina São Martinho, referência nacional no setor sucroenergético.
À época, foram realizados testes com motor ciclo diesel adaptado ao etanol e, posteriormente, com motores híbridos. Embora os resultados iniciais não tenham alcançado as expectativas, a experiência acumulada foi essencial para o desenvolvimento atual.
O projeto ganhou força com a criação de um novo motor movido 100% a etanol, desenvolvido pela FPT Industrial, braço de motores do grupo CNH Industrial. “A grande vantagem é que o etanol pode ser produzido dentro da própria propriedade rural, o que torna o ciclo mais eficiente e autossuficiente”, diz Perez.
O protótipo foi apresentado ao público durante a Agrishow 2024, instalado em uma colhedora de cana de duas linhas da série Austoft 9000. Após a exposição, a máquina seguiu para testes em campo em uma unidade da São Martinho, em Pradópolis (SP).
De acordo com Perez, os resultados foram positivos, com bom desempenho em potência e economia de combustível. “A colhedora voltará ao campo na próxima safra, e estamos bastante confiantes com o que já observamos.”
A proposta da Case é expandir a tecnologia para toda uma linha de máquinas movidas a etanol, como tratores, pulverizadores e outras colheitadeiras. “Estamos desenvolvendo também um trator da série Puma com motor a etanol. A ideia é que o produtor rural tenha à disposição um conjunto completo de equipamentos movidos a um combustível limpo e renovável”, antecipa o diretor.
Vantagens
O etanol, além de ambientalmente mais limpo, apresenta vantagens logísticas. Por ser produzido no próprio país, especialmente a partir da cana-de-açúcar e do milho, ele reduz a dependência de combustíveis importados e as oscilações de preço do petróleo. “É um combustível que está à mão do nosso cliente. O produtor já conhece, já usa na frota leve e não precisa investir em nova infraestrutura de abastecimento”, observa Perez.
Estudos mostram que, ao se considerar todo o ciclo de vida do combustível, o etanol pode reduzir em até 90% a emissão de gases de efeito estufa quando comparado ao diesel. O uso do combustível também está alinhado com metas de sustentabilidade e com o mercado de Créditos de Descarbonização (CBIOs), criando oportunidades econômicas para o setor.
A Fazenda Conectada Case IH, localizada em Água Boa (MT), é uma fazenda real que funciona como um verdadeiro laboratório de Inteligência Agronômica em larga escala. Com mais de 3.000 hectares, o espaço é utilizado para testar, em ambiente produtivo, tecnologias capazes de transformar o agronegócio por meio da conectividade e da automação.
Os resultados já alcançados demonstram o impacto positivo dessas inovações: redução de até 25% no consumo de combustível, diminuição de 34% na pegada de carbono e aumento expressivo na produtividade agrícola.
“Com uso de sensores, dados e inteligência artificial, as máquinas se autorregulam, evitam retrabalho e otimizam o uso de insumos. Isso gera um ganho operacional que vai além da economia: representa menor impacto ambiental e mais eficiência para o produtor”, detalha o diretor.
A Fazenda Conectada também serve como vitrine para o futuro da agricultura, reforçando o compromisso da marca com a inovação sustentável.
Conectividade
Além do uso de biocombustíveis, a Case aposta na conectividade como diferencial competitivo. Todos os equipamentos da marca — de tratores menores até colhedoras mais robustas — saem de fábrica com conexão integrada. Isso permite ao produtor monitorar sua frota em tempo real por meio do aplicativo FieldOps, acessando informações como localização, consumo, desempenho e previsão de manutenção.
“A conectividade traz agilidade na tomada de decisão. A própria rede de concessionárias consegue oferecer suporte remoto, reduzindo o tempo de máquina parada e maximizando a operação no campo”, afirma Perez.
Outra solução que integra o portfólio da marca é o sistema Save Farm, presente em pulverizadores. A tecnologia detecta automaticamente a presença de ervas daninhas e aplica o herbicida apenas onde é necessário. Isso reduz em até 80% o uso de produtos químicos, diminuindo a contaminação do solo e dos alimentos.
Para Perez, essa é a prova de que produtividade e responsabilidade ambiental podem caminhar juntas. “Estamos entregando tecnologia que realmente faz a diferença na rotina do agricultor e no futuro do planeta.”
Boa parte dessa tecnologia é desenvolvida no Brasil, na planta industrial de Piracicaba (SP), que é referência global no desenvolvimento de colhedoras de cana e equipamentos para culturas específicas. “O que projetamos aqui é exportado para o mundo. Nossa engenharia é reconhecida e o Brasil é protagonista na inovação agrícola”, destaca o executivo.
Renovação
Durante a Agrishow 2024, a Case apresentou 16 novos produtos, incluindo a nova linha de tratores Magno Model Year 25 (MY25), equipada com motores preparados para biocombustíveis. “Mesmo ainda utilizando combustível fóssil, o consumo foi significativamente reduzido. E o melhor: é um trator 100% nacional, pensado para a realidade do campo brasileiro.”
A expectativa da marca é renovar toda sua linha de equipamentos até 2027, com foco em eficiência energética, conectividade e menor impacto ambiental.
Embora o projeto da colhedora de cana tenha sido o ponto de partida da iniciativa com etanol, a Case já planeja levar a tecnologia também para regiões produtoras de grãos. A demanda, diz, deve crescer especialmente em áreas como o Centro-Oeste e o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde o etanol de milho vem ganhando força.
“Faz todo sentido começarmos pelo setor sucroenergético, onde o etanol já está consolidado. Mas vemos um mercado em expansão também no milho, e acreditamos que produtores de grãos também se beneficiarão dessas soluções”, explica o diretor.
A Case IH acredita que a agricultura do futuro será conectada, eficiente e sustentável. Para isso, aposta em inovação contínua, parcerias estratégicas e soluções que colocam o produtor no centro da transformação.
“A nossa missão é levar ao campo máquinas e tecnologias que realmente façam a diferença. E a boa notícia é que já estamos vendo os resultados: menor consumo, mais produtividade e menos impacto ambiental. É um novo ciclo que começa agora”, finaliza Denny Perez.


