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Análise: Bellucci já é realidade, mas não a que esperávamos

Era pós-Guga é marcada por pressão nos tenistas brasileiros, mas a falta de estrutura e recursos atrapalham

Thomaz BellucciThomaz Bellucci - Foto: Saeed Khan/AFP

Thomaz Bellucci foi dominado pelo boliviano Hugo Dellien e eliminado na semifinal do Challenger de Santiago, no último sábado (9). Dessa forma, o tenista brasileiro segue o jejum de quase dois anos sem finais em torneios simples. Atual número 232 do mundo, Bellucci espera dar a volta por cima, principalmente depois de um ano muito difícil e encarado pelo próprio atleta como o pior ano de sua carreira.

O paulista é um dos melhores tenistas na era pós-Guga. A 21° posição conquistada depois do título ATP 250 no Chile, em 2010, foi a melhor posição de um brasileiro depois do catarinense. Entretanto, a pressão em cima dos tenistas brasileiro depois de Guga sempre foi muito grande.

A falta de investimentos no tênis nacional é um fato, hoje o Brasil vive de nomes esporádicos. Depois da aposentadoria de Guga em 2008, só ocorreram quatro títulos de ATP 250, todos de Thomaz Bellucci. Além de não ter nenhum nome entre os 100 primeiros no ranking. Já os argentinos tiveram mais de 28 títulos, contando com um Grand Slam do Juan Martin Del Potro, que também foi medalhista nas Olimpíadas de Londres e Rio.

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Em entrevista recente à Gazeta Esportiva, Guga disse: "O tênis brasileiro ainda não existe. Existem os jogadores. A Bia (Haddad) está mal, a Teliana também está tentando, o Thomaz (Bellucci) está em uma fase ruim, o Thiago Monteiro é um dos mais próximos do Top 100… Infelizmente, quando se fala de tênis aqui no Brasil a gente fala de personagens, fala evolução, para que tenha vida o tênis brasileiro. A ideia do projeto é montar uma estrutura, uma cultura do tênis no país”.

Com isso, comprova-se a cada dia que Guga foi um fora de série e que as estruturas brasileiras continuam muito fracas e com dificuldade em desenvolver novos talentos.

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