Atleta espanhol desafia a homofobia com vitória histórica no Mundial de nado artístico
Espanhol é o primeiro homem a subir ao pódio em prova por equipes da natação artística e se torna símbolo de diversidade no esporte
O atleta espanhol Dennis González entrou para a história nesta semana ao se tornar o primeiro homem a conquistar uma medalha em uma prova por equipes na natação artística em campeonatos mundiais.
A conquista, no Mundial de Esportes Aquáticos, marca um momento inédito para o esporte, já que a participação de homens em provas olímpicas de natação artística por equipes só foi permitida a partir dos Jogos de Paris 2024, com a inclusão de até dois atletas por time.
Leia também
• Maior artilheiro da história da NHL pede retorno dos russos ao esporte mundial
• Ana Marcela Cunha é eliminada na semifinal dos 3km sprint no Mundial de Cingapura
• Com ajuda da inteligência artificial, atleta paraplégica volta a andar seis anos após acidente
Apesar da liberação, nenhuma delegação inscreveu competidores masculinos para esta edição do Mundial. González, que já soma cinco medalhas em Mundiais e seis títulos europeus, projeta ser parte da mudança nos próximos ciclos.
A rotina que levou a equipe ao pódio chamava-se “loucura” e representou para González o início de uma nova etapa: a caminhada rumo aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.
— Esse é o começo do sonho. Já tenho um pé dentro. Agora falta subir os degraus”, disse o nadador, em entrevista recente ao canal Olímpico.
Além de desafiar os limites esportivos, González enfrentou uma batalha fora das piscinas. Após conquistar o ouro na prova solo técnica em 2024, o atleta foi alvo de ataques homofóbicos nas redes sociais, especialmente por parte de setores ultraconservadores na Espanha.
Um vídeo de sua apresentação viralizou, acompanhado por uma onda de comentários preconceituosos e depreciativos. — Minha primeira reação foi me esconder — confessou.
Mas, em vez de se calar, o espanhol decidiu se posicionar. Publicou um vídeo rebatendo os ataques e reafirmando seu orgulho e compromisso com o esporte.
— Se eu demonstrar fraqueza, como um menino mais novo vai ter coragem de enfrentar isso? Quero mostrar que, aconteça o que acontecer, vou continuar fazendo o que amo — afirmou ao canal Olímpico.

