Comissão de Anistia dá perdão e indenização a ex-atacante Reinaldo por perseguição na ditadura
Ex-jogador vai receber R$ 100 mil
A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania concedeu por unanimidade perdão e indenização ao ex-atacante Reinaldo, ídolo do Atlético Mineiro, por ter sido perseguido na ditadura militar.
Reinaldo relatou em sua representação encaminhada à comissão ter sido monitorado pelo Sistema Nacional de Informações (SNI), órgão ligado ao regime militar. De acordo com o ex-jogador, ele também foi perseguido no âmbito esportivo.
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Além da condição de anistiado político, Reinaldo também receberá uma indenização de R$ 100 mil. A decisão ocorreu nesta terça-feira em sessão da comissão.
Reinaldo comemorava gols com o punho cerrado, em gesto inspirado no movimento dos Panteras Negras e com o objetivo de marcar posição contra o regime militar.
— Todos nós sabemos dos horrores da ditadura que tiraram a vida de tantos brasileiros, mas a repressão do Estado foi muito além dos porões e das celas e não usava só a violência física. Eles criavam campanhas de difamação, verdadeiras operações para acabar com a reputação e a vida social das pessoas que eles consideravam inimigos ou ameaças; era uma máquina de propaganda e mentiras que agia nas sombras com resultados terríveis na vida real — disse o ex-jogador, que jogou a Copa do Mundo de 1978 pela seleção, ao falar na Comissão de Anistia.
Presente na sessão, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, afirmou que caso do ex-jogador traduz a importância do esporte como espaço de defesa da democracia e da luta antirracista.
— É preciso lembrar que a memória é, antes de tudo, um projeto de justiça de transição que nos permita não incorrer novamente nos erros dessa natureza, e sem essa Comissão, não teríamos este trabalho que é tão relevante para a história do nosso país — disse.
Após deixar o futebol, Reinaldo foi para carreira política. Filiou-se ao PT e foi eleito deputado estadual em 1990 em Minas Gerais. Em 2004, foi eleito vereador em Belo Horizonte.
A Comissão de Anistia funciona como órgão de assessoramento direto e imediato da ministra de Direitos Humanos. O colegiado analisa pedidos de anistia que tenham comprovação inequívoca e fatos relativos à perseguição sofrida durante o período da ditatura militar.

