Daniel Paulista convicto do caminho que seguirá
Profissional, que vê futuro no Sport em aberto, se prepara para se lançar como técnico de futebol
Bombeiro em dois anos seguidos na Praça da Bandeira, o ex-jogador Daniel Paulista vive um dilema: permanecer como auxiliar-técnico ou se lançar na carreira como treinador? Na primeira vez que salvou o Sport, no Brasileirão 2016, onde assumiu o time faltando oito jogos para o término da competição, Daniel ganhou como prêmio a promoção para ser técnico do Leão. Preparou a equipe na pré-temporada, mas a falta de convicção da cúpula leonina na escolha foi preponderante na sua precoce queda com somente 18 jogos disputados. Humilde, aceitou retornar para a função de auxiliar novamente. Com a demissão de Vanderlei Luxemburgo, no final de outubro, pegou novamente o pepino de salvar o Sport em oito rodadas. Em conversa com a Folha, ele relatou o que pensa para o seu futuro na carreira.
Análise de 2017
Em termos individuais, foi um ano muito bom para mim. Vivi experiências positivas, anto como treinador como auxiliar. Entre elas, trabalhar com Vanderlei foi um aprendizado muito grande, faço questão de dizer isso. É um cara vencedor, que sabe muito de futebol. Sobre o desfecho, cumpri a missão que me foi repassada. Evitar o rebaixamento foi como um título para nós, por mais que as pessoas não entendam isso. Pela dificuldade e pressão que existiam, permanecer na Série A foi uma conquista.
Auxiliar-técnico ou treinador?
Hoje sou auxiliar. Entreguei o cargo após o jogo contra o Corinthians e sou funcionário do clube. Deixei a diretoria à vontade do que fazer para que ela tenha a liberdade de decidir o que é melhor para o Sport. Eu venho me preparando para ser treinador faz tempo, nunca escondi isso de ninguém. Se isso vai ser agora ou no futuro eu não sei, mas tenho certeza que serei treinador um dia. Vou voltar para o clube em janeiro. É a minha decisão de momento, mas o futuro a gente nunca sabe o que vai acontecer.
Ansiedade ou paciência para ser treinador
Hum... (pensativo) Eu não tenho pressa nem paciência. Isso é uma coisa que acontece quando tem que acontecer e ninguém tem como prever.
Experiência como técnico efetivo
Acho que a experiência valeu, apesar de ter sido rápida. Para mim, foi satisfatória. Terminei com um aproveitamento (70,4%) alto em termos de pontuação e serviu de aprendizado. As duas passagens como interino para livrar a equipe foram muito mais pesadas que essa em que estava efetivo. Como combinado antes com a diretoria, devolvi o cargo de treinador e voltei a ser auxiliar. É verdade que, com o objetivo alcançado, ficou tudo mais fácil. A pressão era muito grande, mas em nenhum momento eu amoleci.
Diferença de treinador para auxiliar
Basicamente, como treinador a decisão é sua. Você age com aquilo que você tem na sua cabeça. Como auxiliar a coisa é diferente: você aconselha, mas a última palavra é sempre do técnico.
Amizade com jogadores
Cada um tem uma maneira de trabalhar. Da forma que vejo, minha relação com os jogadores é satisfatória. Eu não vou fazer como treinador o que não gostava que fizessem comigo como jogador. Escuto todos eles e não vejo isso como prejudicial.

