Sáb, 06 de Dezembro

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FUTEBOL

Fundação entra com ação em nome de 100 mil jogadores contra a Fifa; entenda

Players' Justice Foundation move processo após decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que considerou regras da entidade ilegais

Gianni Infantino, presidente da Fifa Gianni Infantino, presidente da Fifa  - Foto: Juan Mabromata / AFP

A Players' Justice Foundation (JfP) entrou com uma ação coletiva contra a Fifa, acusando a entidade máxima do futebol de impor regras que ferem princípios fundamentais do direito europeu.

De acordo com o jornal espanhol As, a iniciativa surge como desdobramento do caso Lassana Diarra, no qual o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) reconheceu que os regulamentos da entidade violavam a legislação de concorrência e o direito à livre circulação de trabalhadores.

O caso teve origem na tentativa frustrada de Diarra de rescindir unilateralmente seu contrato com o Lokomotiv Moscou para assinar com o clube belga Charleroi. Segundo o TJUE, a Fifa impôs obstáculos excessivos ao impedir a rescisão sem "justa causa", o que configura uma grave infração à legislação da União Europeia.

 

Na decisão, os juízes destacaram que as regras da Fifa "tornam extremamente difícil para um jogador rescindir seu contrato de trabalho sem justa causa" e ferem diretamente os princípios de livre circulação de trabalhadores e concorrência leal — pilares da legislação europeia.

Com o precedente estabelecido, a JfP decidiu ampliar a contestação e anunciou que representará todos os jogadores profissionais que atuaram em clubes da União Europeia e do Reino Unido e que foram prejudicados pelas normas da Fifa desde 2002. A ação será movida no Tribunal Distrital de Midden-Nederland.

Estima-se que cerca de 100 mil atletas possam ter sido afetados financeiramente pelas regras vigentes nas últimas duas décadas. A JfP argumenta que a decisão do TJUE abre caminho para reparações coletivas em larga escala.

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