Esportes
Mulheres dominam na prática de esportes radicais em Pernambuco
Empresas que oferecem serviços nesse segmento no Estado dizem que as mulheres representam mais de 70% da clientela
A vontade de degustar uma sensação nova e há muito comentada por amigos levou a enfermeira Carmem Martins, de 42 anos, a desafiar seus medos e encarar uma descida de 50 metros de rapel na Lagoa Azul, em Jaboatão dos Guararapes. Ao se deparar com o paredão rochoso, soltou um sincero “estou apavorada”, revelando nunca antes ter tido contato com qualquer atividade esportiva além da academia. Estava tão nervosa que nos primeiros passos da descida as pernas pareciam ter vida própria de tão trêmulas.
Aos poucos, pegou o jeito e não só concluiu o rapel com êxito, como prometeu se tornar assídua. “Foi incrível, adorei. Peguei gosto e, com certeza, essa foi a primeira descida de muitas”, disparou, com um sorriso de orelha a orelha, em satisfação plena.
Aos poucos, pegou o jeito e não só concluiu o rapel com êxito, como prometeu se tornar assídua. “Foi incrível, adorei. Peguei gosto e, com certeza, essa foi a primeira descida de muitas”, disparou, com um sorriso de orelha a orelha, em satisfação plena.
Carmem tem tudo para se tornar mais uma nas estatísticas das empresas que oferecem esportes radicais no Estado. Sabe aquela história de que a mulher é o sexo frágil? Pois bem. Elas podem até ter fibras musculares menores e, geralmente, menos força total nos músculos em relação aos homens. Mas no quesito espírito aventureiro, são elas que dominam. A Folha de Pernambuco contatou empresas que oferecem serviços nesse segmento no Estado e, em todas elas, as mulheres representam mais de 70% da clientela.
“O nosso público maior é o feminino, e elas dão show. O homem tem aquele negócio de macho alfa, de não demonstrar muito os medos. Até por isso, a maioria dos resgates que precisamos fazer durante alguma atividade foi de homens. Muitos não reconhecem o medo e acabam entrando em desespero”, comentou o proprietário da Vértice Esportes de Aventura, Miguel Ângelo. Na Ação Vertical, a equipe tem até um padrão de trabalho especial, cor de rosa, utilizado geralmente em datas especiais, como o Dia da Mulher, que é comemorado no próximo dia 8 de março, além do Dia das Mães e do Outubro Rosa. “Nesse meio, o público maior sempre foi feminino. Cerca de 85% das pessoas que buscam o meu serviço são mulheres. Umas querem superar seus limites, outras simplesmente conhecer um lugar novo. Elas são o verdadei- ro sexo forte”, disse João Borges, proprietário da Ação Vertical.
A administradora Carolina Maia, de 27 anos, foi apresentada a esse universo de forma despretensiosa. Junto a um grupo de amigos, fez um passeio para conhecer a cachoeira de Bonito e, chegando lá, acabou experimentando uma descida de rapel. Desde esse episódio, em junho de 2013, passou a colecionar aventuras. Rapel tradicional, negativo, pêndulo, flyboard... “A adrenalina é maravilhosa. E, dependendo do local, o visual também é show de bola”, revelou.
A adrenalina é o que move a também administradora Natália Oliveira, de 30 anos. Entusiasta dos esportes radicais, ela já testou seus limites no ar, na terra e na água, com voos de asa delta e paraquedismo, pêndulo, trilhas diversas, peregrinação de 180km em seis dias, rapel, desafio de 10km em stand up paddle e mergulho. “Amo tudo isso e faria cada um novamente junto a companhias que estimulem essa adrenalina. Quando termino uma atividade, o sentimento é de superação e desejo de uma nova oportunidade”, confessou ela, que estimulou o namorado a conhecer esse universo.

