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NBA começa ter futuro debatido em meio a prejuízos incalculáveis

Com perdas provocadas por paralisação, maior liga de basquete do mundo começa ter seu rumo debatido por especialistas

Kevin Durant, no jogo das estrelas Kevin Durant, no jogo das estrelas  - Foto: David Sherman / NBAE / Getty Images / AFP

A liga profissional de basquete dos Estados Unidos, a NBA, acumula prejuízos incalculáveis desde a suspensão da temporada, provocada pelo avanço dos casos do novo coronavírus. O estopim para o adiamento dos jogos ocorreu quando o jogador Rudy Gobert, do Utah Jazz, testou positivo para Covid-19. Desde então, vários outros membros da organização, incluindo o astro Kevin Durant, do Brooklyn Nets, foram diagnosticados com a doença, aumentando os questionamentos sobre como terminará a temporada e se realmente será retomada. Enquanto ainda não há uma definição, crescem as especulações sobre o futuro da liga.

Especulou-se que a NBA poderia parar por três meses e voltar apenas em junho. O comissário da NBA, Adam Silver, no entanto, deixou claro que ainda não tem certeza do que vai acontecer. “Na quinta passada (12), disse que seriam pelo menos 30 dias, só para dar uma ideia aos times e jogadores, mas neste momento eu realmente não sei. Eu sou naturalmente otimista e quero acreditar que vamos recuperar alguma parte da temporada”, disse o dirigente em entrevista à ESPN norte-americana.

Questionado pela reportagem, o jornalista Fábio Balassiano, do blog Bala na Cesta, seguiu a linha de pensamento de Adam Silver e acha difícil projetar o futuro. “É tudo muito difícil prever algo no campo da especulação. Não sabemos, por exemplo, o que vai acontecer com os contratos dos jogadores. Os free agents da próxima temporada terminam o vínculo com as franquias em 30 de junho e não sabemos nem se a liga já vai ter voltado”, disse.

O fato é que também há uma grande possibilidade de a temporada da NBA nem voltar. As consequências da pandemia do novo coronavírus no calendário dos eventos esportivos começaram a ser sentidas no mundo todo. Na maior liga de basquete do mundo, não será diferente.

Em entrevista à Associated Press, Silver afirmou que é muito cedo para afirmar qual será o impacto econômico para a liga. Vale salientar que, na última terça-feira, a NBA dobrou o valor total de seus recursos de linha de crédito, de US$ 650 milhões para US$ 1,2 bilhões. O jornalista Marc Stein, do New York Times, afirmou ainda que a possibilidade da próxima temporada começar apenas em dezembro é grande.

A NBA já teve outras paradas na temporada, mas nunca no meio dela. Em 1998/1999 e 2011/2012, os jogadores fizeram greve antes do começo do campeonato. O fato de a liga ter suspendido as atividades durante o percurso já está gerando impactos enormes, mesmo que Adam Silver decida voltar com a temporada regular ou optar por ir direto aos playoffs. Balassiano ressaltou, inclusive, que essa parada pode prejudicar equipes que estavam “voando”, como o Bucks. É importante ser dito que, na última quinta-feira, a NBA emitiu um memorando no qual proíbe qualquer atividade nas instalações de treinos para os jogadores e comissão técnica.

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Ricardo Bulgarelli, comentarista de basquete da ESPN, acredita que a temporada não volta. “Há a possibilidade de fazer os playoffs com uma série de cinco jogos, mas eu acho muito difícil. É um problema muito grande para resolver, as equipes não têm o mesmo número de jogos. Se voltar de qualquer forma, com séries de cinco e sem torcedores, é muito raso”.

Ele não crê, no entanto, que há uma possibilidade de os torcedores ficarem receosos com a volta da competição. “A partir do momento que tiver liberado, os torcedores vão. Eu estive presente no segundo retorno de Michael Jordan ao basquete, no Washington Wizards, e essa partida foi exatamente 10 dias após os ataques às torres gêmeas (11 de setembro de 2001). No entanto, o ginásio estava lotado, e mesmo com o medo de um novo ataque terroristas, as pessoas estavam presente”, afirmou o comentarista.

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