Ter, 16 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Esportes

Oscar Schmidt: a estrela maior da constelação

Ídolo máximo do basquete brasileiro, Oscar preencherá, hoje, na NBA, uma das poucas lacunas em sua emblemática carreira

Mão Santa joga, pela primeira vez, uma partida da liga, durante as festividades da All Star WeekendMão Santa joga, pela primeira vez, uma partida da liga, durante as festividades da All Star Weekend - Foto: Sergio lima/folhapress

 

O povo brasileiro tem uma ligação forte com o basquete. Embora não seja a paixão nacional, o esporte coleciona uma legião de admiradores. Muitos talentos foram revelados pelo País nos últimos anos, ingressando, inclusive, na badalada liga de basquete norte-americano NBA. Mas nenhum conquistou tanto apelo nacional e notoriedade mundial quanto Oscar Schmidt. Vá lá que defensivamente ele não tenha sido um primor, porém, no âmbito ofensivo, poucos foram tão fulminantes.

Oscar encerrou a carreira em 2003, tentou carreira política e, com a mesma garra apresentada por décadas em quadra, lutou contra um câncer no cérebro. Na semana do seu 59º aniversário - comemorado ontem -, ele, enfim, preencherá uma das poucas lacunas em sua emblemática carreira. Hoje à noite, o “Mão Santa” joga, pela primeira vez, uma partida da NBA, durante as festividades da All Star Weekend 2017. Ele será a estrela principal do Jogo das Celebridades, que acontece às 21h (horário de Recife), em New Orleans, com transmissão do canal à cabo ESPN.
Em 1984, ao ser draftado pelo New Jersey Nets, o potiguar Oscar Daniel Bezerra Schmidt teve a oportunidade de ser o precursor do basquete brasileiro no terreno da famosa NBA. Fez cinco jogos, com média de pontos acima dos 20 em todos eles durante as avaliações. Chamou atenção e, embora tenha sido selecionado somente na sexta rodada do draft, como a 144ª opção, fez muitos queixos caírem, recebendo oferta para assinar contrato. Agradeceu, porém recusou a proposta.

Naquela época, jogar uma partida sequer na NBA era o suficiente para dar ao jogador o status de profissional. Os grandes eventos, como as Olimpíadas, por exemplo, tinham como regra a participação apenas de atletas amadores. Logo, vestir a camisa dos Nets significava abrir mão de atuar pela seleção brasileira, abrir mão de um sonho alimentado desde a infância.

Optar pela seleção e seguir atuando na Europa, onde foi o maior pontuador da liga por sete temporadas, não fez de Oscar menos precursor. Na condição de “amador”, trilhou uma das carreiras mais marcantes do esporte mundial. Integra o Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (FIBA), é reconhecido mundialmente, inclusive por estrelas norte-americanas da NBA. Nomes do passado, como Larry Bird, e do presente, a exemplo de Kobe Bryant e Klay Thompson, reverenciam o “Mão Santa”, o maior pontuador da história do basquete - mesmo o dado sendo extra-oficial pela ausência de súmula em algumas partidas.

Três anos após recusar a NBA, Oscar ganhou as manchetes pela atuação avassaladora na final do Pan de Indianápolis - 1987. Na Terra do Tio Sam, se tornou campeão justamente em cima dos anfitriões. Vale ressaltar que o Brasil perdeu o primeiro tempo por 14 pontos de diferença e conquistou a virada na reta final, impulsionado por uma atuação irretocável de Oscar, que marcou um total de 46 pontos - 35 somen­­­te na segunda metade do duelo. No ano seguinte, fez uma média de 42 pontos por partida nos Jogos de Seul - 1988, incluindo um desempe­­­­nho de 55 pontos em um úni­­­co duelo, recorde dos Jogos.

Poucos sabem, mas Oscar chegou a recusar a NBA em uma segunda oportunidade. Em 1989, as regras mudaram e não havia mais impedimento de jogar por seleções mesmo atuando na liga de basquete norte-americana. Então, depois dos Jogos de Barcelona - 1992, o ala recebeu nova proposta, mas, aos 34 anos, rejeitou por “não querer passar vexame”. Extremamente competitivo, Oscar, desde o convite para o Jogo das Celebridades, estipulou que não quer ser mais um na festividade. Em quadra, a meta é ser o MVP (jogador mais valioso) da partida. Para isso, fez treinos sequenciais de arremessos na tabela no quintal de casa an­­tes de embarcar para compro­­­missos nos Estados Unidos.

Oscar jogará pelo lado do Leste, ao lado da atleta do Minnesota Lynx, Lindsay Whalen, do ex-jogador Jason Williams, do vice-presidente do Milwaukee Bucks, Marc Lasry, entre outros. O coman­­­­­­do será da jornalista Jamele Hill, acompanhada do armador do Toronto Raptors Kyle Lowry e do rapper Fat Joe. No Oeste, os destaques são o proprietário do Dallas Maverick, Mark Cuban, a joga­­­dora do Los Angeles Sparks, Candance Parker, e o jogador de beisebol Aaron Sanchez, do Toronto Blue Jays. O comando será do cantos Michael Smith, acompanhando do ala-pivô do Golden State Warriors Draymond Green e da modelo Rocsi Diaz.

 

Veja também

Newsletter