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Roberto Fernandes: de corpo e alma alvirrubros

Em sua quarta passagem pelo Náutico, treinador pôde, enfim, comemorar um título e entrar para a galeria do clube

Náutico campeão pernambucano 2018Náutico campeão pernambucano 2018 - Foto: Brenda Alcântara / Folha de Pernambuco

Para efeito de data, o título estadual de 2018 do Náutico ficará lembrado nos registros históricos no dia 8 de abril. Acontece que conquistas assim não podem ser resumidas a uma tarde ou um jogo. Elas são uma imagem de um quebra-cabeça montado cautelosamente. Cada peça encaixada de forma precisa: esforço, competência, sorte, disposição...

Quem teve a missão de juntar tudo isso foi um técnico que nunca escondeu seu lado torcedor. Quis o destino que o jejum de 14 anos fosse quebrado por um profissional que, no passado, sofreu e vibrou com o Timbu nas arquibancadas. Roberto Fernandes, em sua quarta passagem no clube, entra para o rol de campeões pernambucanos.

Roberto pode dividir esse título em várias etapas. A primeira começou em agosto de 2017. Para uns, somente um louco aceitaria o desafio de tentar tirar o Náutico da zona de rebaixamento à Série C. Para outros, um ato de coragem. O treinador fez o time evoluir, mas o milagre não veio. Ele mal sabia, mas foi nesse insucesso que o Timbu percebeu a hora de mudar sua forma de gerir o futebol. E o fracasso moldou o planejamento de 2018. Antes do final de dezembro, o clube confirmou a permanência de Roberto e iniciou o processo de reformulação para a temporada seguinte.

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"Rapidez, preço baixo e qualidade. Você só pode ter no máximo duas dessas três coisas." "O Náutico buscará um futebol de resultados." "Às vezes você é convidado e outras vezes você é convocado. No Náutico, fui convocado." Frasista de mão cheia, o treinador é um personagem rico. Nunca se privou de dar declarações fortes.

À beira do campo, permaneceu com o mesmo estilo: gritos, gestos enfurecidos e comemorações efusivas. Adepto das estatísticas, ele valorizou a invencibilidade em casa e os bons números da temporada. Sabe bem "vender seu peixe". E não há como negar que a publicidade feita foi meramente uma constatação de fatos positivos.

De vários acertos, a valorização do grupo talvez tenha sido maior. Dos pratas da casa, como Bruno, Kevyn, William Gaúcho e Robinho, até nomes experientes como Ortigoza, Wallace Pernambucano e Wendel. Todas as peças tiveram a oportunidade de dar sua parcela de contribuição no título.

Neste domingo (8), o treinador deixou o seu nome na história do Náutico. "Esse título para mim tem uma importância muito grande. A gente começou a temporada pensando na montagem de um grupo praticamente do zero. Mas naquela vitória aqui contra o Sport, com todo respeito ao adversário, foi um referencial e passamos a sonhar com o título. Se eu tiver que dedicar a alguém, dedico a todos os torcedores do Náutico, mas principalmente àqueles que estão vendo o time ser campeão pela primeira vez", declarou, após sua inesquecível conquista.

Nome: José Roberto Fernandes Barros
Idade: 46 anos
Natural: Recife
Clubes nos quais trabalhou: Ferroviário/PE, Surubim/PE, Unibol/PE, Osan/PE, Primavera/SP, Linense/SP, Londrina/PR, Guaratinguetá/SP, Anapolina, Ceará, Vila Nova, Santo André, Americana, Ceilândia/DF, Ituano, Náutico, Brasiliense, Atlético/PR, Figueirense, Fortaleza, Atlético/GO, Paysandu, América/RN, ABC, Remo, Capivariano, Confiança, Paraná e Bangu
Títulos: Campeão Brasiliense (2007), campeão Potiguar (2012 e 2015), campeão da Copa RN (2012 e 2013) e campeão Paraense (2014).
Conquistas individuais: Melhor técnico do Campeonato Potiguar de 2012, técnico revelação da Série B de 2004 e técnico revelação da Série A de 2007

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