Sex, 05 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Jogos da Juventude

Trio deixa raízes para trás e ajuda handebol de Pernambuco a chegar na final dos Jogos da Juventude

Nesta quinta-feira (25), time feminino encara o São Paulo, na final da categoria, em Brasília

Ana Júlia (esq), Lavínia (cen) e Sara (dir) buscam o sonho de se tornar atletas profissional no handebol pernambucanoAna Júlia (esq), Lavínia (cen) e Sara (dir) buscam o sonho de se tornar atletas profissional no handebol pernambucano - Foto: Yuri Teixeira/Folha de Pernambuco

BRASÍLIA - Quanto vale o sonho para se tornar uma atleta profissional de alto nível? Para três representantes do handebol de Pernambuco vale recomeçar a vida longe de suas raízes. Este é o caso de Lavínia Ferreira, Ana Júlia e Sara Herz Borges, que ajudaram o time feminino a chegar na final dos Jogos da Juventude Caixa 2025, na capital federal, ao vencer o Rio Grande do Sul, por 23 a 17, nesta quarta-feira (24), no La Salle. Na manhã desta quinta (25), elas encaram a equipe de São Paulo, no mesmo local. 

Do Ceará, de São Paulo e de Goiás, respectivamente, o trio defende as cores do FMO Português, um dos principais times do Estado, e são atletas e estudantes do Colégio Anglo Líder, do Cordeiro, localizado na Zona Oeste da capital pernambucana.  

De Aracati, a aproximadamente 150km de distância de Fortaleza, Lavínia mora no Recife há dois anos, mas defende as cores do FMO Português há três. Em entrevista concedida à Folha de Pernambuco, a jovem de 17 anos afirmou que o sonho de viver do esporte se sobressai ao esforço feito para estar longe da família.

Lavínia celebra gol de Pernambuco sobre o Rio Grande do SulLavínia celebra gol de Pernambuco sobre o Rio Grande do Sul. Foto: Wagner Araújo / COB

Antes de chegar em Pernambuco, a cearense atuava pela Associação Desportiva Aracatiense de Handebol (ADAHA). "É difícil estar longe da família. É uma abdicação que fazemos por estar em Pernambuco, estar longe do conforto de casa. A cultura é um pouco parecida, mas sempre fica aquela saudade. É o que batalhamos para conseguir viver nosso sonho", iniciou.

"Eu jogo desde os cinco anos. Eu brincava com meus tios, que são treinadores. Quando eu cheguei aos nove anos, eu botei na cabeça que eu seria atleta de handebol. Era isso que me deixava e deixa feliz até hoje. Se não fosse o amor pelo esporte, a gente não estava aqui abdicando de tanta coisa. Quero ser profissional, jogar na Europa e viver disso", prosseguiu Lavínia.

De Goiânia, Sara atuava pelo Pinheiros-SP antes de aceitar o convite do FMO Português. Durante os Jogos da Juventude, ela está tendo a oportunidade de matar um pouco da saudade do Cerrado brasileiro. Morando em Recife desde o ano passado, a goleira de apenas 16 anos comentou que a adaptação a cultura pernambucana foi uma das principais dificuldades enfrentadas em sua estadia no Nordeste. "Já me acostumei um pouco. No início foi difícil, são extremos diferentes, mas as meninas me ajudaram bastante, foram acolhedoras. O apoio delas foi importante para me ajudar nesta mudança", explicou.

Sara tenta parar ataque do Rio Grande do Sul, durante jogo da semifinalSara tenta parar ataque do Rio Grande do Sul, durante jogo da semifinal. Foto: Wagner Araújo/COB

Morando sozinha em Pernambuco, a atleta está tendo a chance de rever e contar com o apoio da mãe durante a disputa dos Jogos, na boa campanha do time comandado pelo téncnico Mário Bezerra até aqui. Entretanto, prestes a ter que se despedir mais uma vez, coloca o desejo de se tornar uma jogadora profissional acima da emoção. 

"É complicado lidar com isso, mas como queremos seguir isso para o resto da vida, o nosso sonho, vale a pena a saudade. A gente faz isso por eles também, para fazer eles felizes, a saudade temos que aguentar. Espero chegar na Europa e até lá o chão é bem grande. Tenho que batalhar bastante, treinar, para chegar no meu tão sonhado futuro", enfatizou.

Suporte

Enquanto as companheiras lidam com o apoio à distância, Ana Júlia, natural de São Bernardo dos Campos, em São Paulo, viu sua família, com exceção da irmã, deixar tudo menos difícil ao embarcar com ela para a capital pernambucana no início deste ano. À reportagem, a ex-atleta do São Bernardo garantiu ter feito uma das melhores escolhas da curta carreira. 

"Foi uma coisa que eu sempre quis para a minha vida. É o meu objetivo estar melhorando. Foi uma escolha que eu e minha família tomamos, pelo fato de sempre sonhar com isso, de sempre querer viver o handebol. Ir para Pernambuco foi uma das minhas melhores escolhas. Eu ganhei oportunidade, ganhei um time incrível e estou muito feliz com isso", salientou a jovem de 17 anos.  

Ana Júlia encara forte marcação das gaúchas durante a semifinalAna Júlia encara forte marcação das gaúchas durante a semifinal. Foto: Wagner Araújo/COB

Atuando pela primeira vez nos Jogos da Juventude, Ana Júlia ressaltou o aprendizado adquirido na competição. Além disso, acredita que Pernambuco tem totais condições de conseguir o ouro, sobre São Paulo, nesta quinta. Esta será a segunda vez que os times se enfrentam. Pela primeira fase, as paulistas levaram a melhor pelo placar de 19 a 17.

"É minha primeira vez e última na competição, e para mim está sendo uma experiência incrível. Para o nosso time, está sendo especial e eu acredito que vamos muito bem na final", finalizou a camisa 11.

A Folha de Pernambuco acompanha os Jogos da Juventude, em Brasília, a convite do Cômite Olímpico Brasileiro (COB).

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Folha de Pernambuco (@folhape)

Veja também

Newsletter