Seg, 22 de Dezembro

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Zidane: decolagem avassaladora

Um dos maiores jogadores da história coleciona troféus e recordes em início de carreira promissor, desta vez à beira do gramado

A gestora acabou de completar uma semana à frente da prefeituraA gestora acabou de completar uma semana à frente da prefeitura - Foto: Aline Sales

 

Ele não precisava. Seu no­me já estava na história do futebol. Foi um dos heróis da França em 1998, ajudando no título da Co­pa do Mundo. Melhor joga­dor do planeta por três ve­zes. Quem viu, sabe que nem o maior dos elogios seria exage­ro para classificar a importân­cia de Zinedine Zidane pa­ra o esporte. Então, por que enve­redar para uma área que pune tão rapidamente quanto glorifica? Zidane foi gênio onde sabia que seria. Ali, no campo. Tinha talento e inteligência de sobra. Poderia se contentar com os louros da época de atleta. Mas o gosto pela vitória é inebriante e o comodismo não combina com o perfil de quem nasceu para fazer sucesso. Hoje, o francês segue quebrando recordes e acumulando troféus, mas na função de treinador. Em um ano à frente do Real Madrid, teve um desempenho avassalador. O mundo descobriu que há uma nova forma de encantar-se com “Zizou”.
Elegância sempre foi uma característica de Zidane. Nos gramados, era sinônimo do seu estilo de jogo. Fora dele, uma referência ao tradicional terno e gravata. Desde o dia 4 de janeiro, esse é seu “uniforme”. Após comandar o Castilla (equipe B do Real Madrid), o ex-jogador foi efetivado para assumir o posto de técnico do time principal, substituindo o espanhol Rafa Benítez. Indiscutível como atleta, o francês era uma incógnita no banco de reservas. Quase um ano depois, virou unanimidade.

Com a vitória por 4x2 diante do Kashima Antlers, do Japão, na final do Mundial de Clubes, Zidane ganhou seu terceiro título no ano - antes, vieram a Liga dos Campeões da Europa, perante o Atlético de Madri, e a Supercopa Europeia, contra o Sevilla. Na atual temporada do Espanhol, o Real lidera de forma invicta - 11 vitórias e quatro empates.

A temporada de Zidane comandando o clube merengue torna-se ainda mais impressionante quando se analisa o retrospecto na íntegra. Ao todo, foram 53 jogos, com 40 vitórias, 11 empates e apenas duas derrotas - o último tropeço foi contra o Wolfsburg/ALE, em abril, na edição passada da Liga dos Campeões.

Ao todo, são 37 partidas sem derrota, a maior invencibilidade da história do clube. O aproveitamento de 82,4% em 2016 foi superior, inclusive, ao do espanhol Pep Guardiola nos primeiros 12 meses à frente do Barcelona, há oito anos. Ultrapassar um dos melhores treinadores do mundo logo no início da carreira é um feito que engradece ainda mais o trabalho de Zidane. Na saudade de ver craques contemporâneos como o ex-camisa 10 francês, fica o alento de saber que parte da sua genialidade se transformou em aprendizado no futebol.

 

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