Chamada Nordeste poderá ter mais recursos para inovação
A Chamada Nordeste vai financiar projetos de inovação em alguns setores industriais. Inicialmente, a previsão era de financiar até R$ 10 bilhões. Superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, vai conversar com bancos públicos
O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, disse, numa entrevista exclusiva ao Movimento Econômico, que a autarquia estuda a possibilidade – junto com os bancos do governo federal – de ampliar os recursos que serão destinados à Chamada Nordeste. A expectativa era de disponibilizar R$ 10 bilhões para os projetos da iniciativa que vai financiar inovação em alguns setores industriais alinhados com a política chamada Nova Indústria Brasil (NIB).
Francisco Alexandre afirmou que “recebemos R$ 16,5 bilhões em propostas. E os bancos, na última reunião que nós tivemos junto com eles, disseram para nós que eles terão disponibilidades e vão estudar para ir além dos 10 bilhões”. Ele estava se referindo aos projetos apresentados até o último dia 11. O prazo para apresentar propostas se encerra na segunda-feira (15).
“O que a gente vai brigar, a partir de agora, é que se nós tivermos R$ 16 bilhões de projetos que estejam aderentes à biociência, ao hidrogênio verde, ao data center, ao automobilismo e aos implementos agrícolas, vamos discutir com os bancos para que eles possam financiar até o limite daquilo que nós tenhamos como projetos aderentes e que possam ser aprovados”, comentou Francisco Alexandre.
Segundo o superintendente, estes projetos que podem ser aprovados são de inovação, que estejam dentro de “uma perspectiva de futuro para a nossa região” e “proponham soluções que deixem a região menos desigual”.
O que é a Chamada Nordeste
A Chamada Nordeste está sendo feita numa parceria do Comitê de Instituição Financeira do Nordeste (Corife) coordenada pela Sudene e que envolve o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste (BNB), a Caixa Econômica Federal (CEF), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
No cargo há um menos de um mês, o superintendente diz que o seu foco, à frente da autarquia, é “dar continuidade à estratégia de governo para o nosso plano de desenvolvimento regional, onde a gente tem infraestrutura, inovação como eixos principais do plano regional desenvolvimento do Nordeste, um projeto do governo federal.
Segundo Francisco, a “missão” que ele recebeu foi de “ implementar políticas que possam fazer a nossa região crescer, desenvolver e se igualar mais as demais regiões do país. Ele assumiu o cargo no último dia 25 de agosto, substituindo o ex-deputado federal Danilo Cabral, que comandou a Sudene por dois anos.
Sudene lançou o Data Nordeste
A Sudene lançou, na semana passada, o Data Nordeste essa semana, uma parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Federação das Indústrias da Paraíba, o IBGE e o Ministério do Desenvolvimento Social. “O Data Nordeste é um espaço, um portal onde você encontra todos os dados sociais, econômicos de desenvolvimento de cada cidade, de cada região do Nordeste”, resumiu Francisco Alexandre.
Os dados podem ser uteis para empresários que desejem tomar alguma decisão, gestores municipais, estaduais e federais. A base de dados pode ser usada por qualquer pesquisador. “Quem está lá fora pode enxergar a gente melhor e saber onde tem oportunidades, porque na medida que você olha quais são as riquezas, quais são as necessidades, quais são as potenciais, pode avaliar uma tomada de decisão com muita muito mais precisão”, concluiu o superintendente.
*Colaborou Márcio Didier
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