Adélia Prado recebe Prêmio Camões em cerimônia no Itamaraty
A cerimônia foi realizada na noite desta terça-feira (18) e agraciou a carreira e legado da poetisa mineira
A escritora Adélia Prado foi agraciada com o Prêmio Camões 2024, a maior distinção da literatura em língua portuguesa, em cerimônia realizada na noite desta terça-feira (18), no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Devido a problemas de saúde, a poetisa mineira de 89 anos não pôde comparecer e foi representada por seu filho, Eugênio Prado.
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O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
"A matéria prima dos poemas de Adélia Prado é a experiência do cotidiano, que se vive nas cozinhas, nas varandas e nos quintais", disse Lula em seu discurso.
O marido da escritora, José Prado, explicou que Adélia não possui condições de enfrentar uma viagem longa, motivo pelo qual delegou ao filho a missão de receber a honraria em seu nome.
Apesar da ausência, a homenageada enviou uma mensagem de agradecimento.
"A celebração da poesia é e será sempre sinal de que um povo preserva o tesouro inestimável de sua língua. Como afirmei certa vez, toda compreensão é poesia. Fiel ao chamado da poesia, qualquer povo encontrará a porta que se abre para a realidade", afirmou Adélia.
Nascida em Divinópolis (MG), Adélia Prado despontou na literatura nos anos 1970, apadrinhada por Carlos Drummond de Andrade. Seu primeiro livro, "Bagagem" (1976), deu início a uma trajetória literária marcada pela originalidade e pela expressividade poética, consolidada em obras como "O Coração Disparado" e "Manuscritos de Felipa".
Mesmo afastada de eventos públicos, a poetisa segue em atividade e recentemente anunciou um novo livro, intitulado provisoriamente de "Jardim das Oliveiras".
Ao longo de sua carreira, Adélia Prado também recebeu outras distinções, como o Prêmio Jabuti de Literatura (1978), o Prêmio Clarice Lispector (2016) e o Prêmio Machado de Assis (2024).
Primeira mulher a ser laureada com o Prêmio Conjunto da Obra pelo Governo de Minas Gerais, em 2017, a escritora também já foi indicada à Academia Brasileira de Letras.
O Prêmio Camões, criado em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, é considerado a mais alta honraria literária da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Além do reconhecimento, o título concede ao vencedor o valor de 100 mil euros, um dos maiores prêmios monetários no campo da literatura mundial.

