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Opinião

A importância do líder

Depois de tudo que temos enfrentado nos últimos anos, talvez tenhamos aprendido quão importante é a escolha de um líder.

Carisma, atitude, conhecimento, tolerância, empatia, educação elementar, são características que se espera de um líder, onde até mesmo a estética tem seu lugar, seja nos pequenos grandes homens ou nos gigantes de volume, mas anões de conteúdo.

Geralmente os líderes já nascem prontos, embora possam se aperfeiçoar incorporando as condições inatas, os aperfeiçoamentos requeridos para a função desejada por si mesmo ou por terceiros seguidores, que reconhecem neles as qualificações que esperam para a missão de conduzi-los.

Na democracia, os mecanismos de escolha e seleção, em que estão presentes elementos tangíveis e intangíveis, virtudes e predicados dos candidatos, complementam as evidências do que chamamos “líder nato”, condição perceptível meio mágica, aludindo à capacidade de atração que emana dessas figuras “especiais”.

Conforme já visto, embora possam estar presentes os pré-requisitos que caracterizam um líder, é preciso muito cuidado, vez que a história sempre revelou a existência de líderes do bem e líderes do mal. A má condução como estratégia enganosa, ou mesmo por ignorância, pode resultar em tragédia para o próprio líder e seus seguidores. Sendo assim, é prudente conhecer os antecedentes dos pretensos candidatos a líder, onde algumas questões se impõem: são frutos de causa própria ou camuflam como “mamulengos” a verdadeira liderança do ventríloquo que os comanda?

Até no reino animal observa-se a orientação de um líder, a quem os de sua espécie seguem instintivamente, como na manada de elefantes, nos cardumes de peixes, na revoada de pássaros, nos enxames de abelhas e tantos outros exemplos de liderança, tendo sempre como condição natural a identidade de gênero, com a ressalva dos casos como o pastor de ovelhas que lidera o rebanho, embora, ao invés de ser seguido, ele os tange para onde deseja, seja para alimentá-los da relva fresca, seja para o brete da morte.

No contexto dos humanos, desde épocas remotas a presença do líder se impõe, nem sempre líderes do bem, merecedores do voto de confiança, a quem podemos entregar de olhos vendados a nossa sorte, mas também aqueles capazes de persuadir em transe hipnótico os ingênuos seguidores, que só enxergam neles qualidades irrefutáveis, doentiamente catequizados que estão, quando não dominados a ferro e fogo, sob permanente ameaça vital.

De qualquer forma, em todas as opções elencadas temos nos sentido perigosamente conduzidos, castigados por crimes que não cometemos, à luz do dia ou na calada da noite, vítimas de “fake news”, para não perder o modismo que nos assola e assusta.

Considerando sermos do gênero “gente”, gostaríamos de estar sendo liderados por “gente”, gente normal, que nos mereça como fieis seguidores, sem o qual o líder e sua orientação perdem o sentido, valendo alertar que o processo de liderança na democracia moderna deve se submeter à alternância de poder, onde o líder de hoje pode não ser mais o de amanhã, como nas boiadas, cardumes e enxames, cujos lideres, ao perceberem que não são ou não estão mais capacitados à condução dos seus semelhantes, se retiram, dando lugar a outros mais habilitados à honrosa mas difícil missão.

Por tudo isso, o Brasil atordoado procura desesperadamente seu líder, ainda escondido na multidão, provavelmente aguardando estratégica e pacificamente o melhor momento para se apresentar.
Como sempre a esperança é a ultima que morre!


*Consultor de empresa
[email protected]


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