A imprensa e o compromisso ético com a verdade
Estamos vivendo tempos difíceis para garantia da credibilidade das notícias que circulam nas redes sociais e através dos veículos de comunicação. A cada momento somos encharcados de informações falsas e por vezes criadas para maquiar a realidade dos fatos.
Nesse cenário de dúvidas e de descrédito operado nas pessoas, pensamos que os que fazem a imprensa séria do nosso país têm um compromisso de se unir em prol do combate às fake news, às tentativas de descredenciamento de instituições, à corrupção e às malfeitorias, de forma responsável e primando pela verdade acima de tudo.
As fake news sempre existiram, a principal questão é que elas proliferaram a partir da internet. No atual oceano de informações que a sociedade está mergulhada, a população deve lembrar que a Liberdade de Expressão e de Imprensa, nos termos da Carta Magna de 88, devem reforçar o valor da verdade, da transparência, da democracia, da oportunidade de ouvir e se fazer ouvir, da qualidade da informação e, claro, do papel do jornalista.
A liberdade de expressão é direito fundamental, sendo uma garantia básica para a dignidade humana individual e para o funcionamento da estrutura democrática do Estado, para que o ser humano tenha o direito de se expressar, sem censura. Na prática, é uma condição para a cidadania e para uma sociedade livre. Essa é a verdadeira interpretação a ser dada ao preceito constitucional.
Nessa perspectiva de esperançarmos um ambiente de maior credibilidade das informações repassadas, defendemos a união de esforços de todos os envolvidos, inclusive o Ministério Público e os próprios veículos de comunicação, cada um com seu papel e com sua autonomia, observada a primazia do interesse público, garantindo a observância das premissas de um Estado livre, porém responsável.
Precisamos combater não apenas as fake news, mas também os discursos de ódio, que muitas vezes aparecem fantasiados de liberdade de expressão e verdade. Qualquer manifestação que fere a dignidade do outro, a sua imagem e sua integridade, deixa de ser uma liberdade de expressão.
Nesse sentido, o MPPE enxerga a necessidade de uma rede de informações confiável e consistente. Destarte, para a formação da opinião pública é necessário mais do que curtidas e compartilhamentos. A sociedade precisa de uma imprensa séria e com fontes seguras. À democracia se faz vital a verdade dos fatos e a escuta de todos os lados.
Por isso, sempre exaltaremos o papel de grande parcela da imprensa pernambucana, que com seu jornalismo de qualidade, baseado na verdade e na transparência, colabora para construção de uma sociedade mais justa.
*Procurador-geral de Justiça de Pernambuco
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