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ASSUNTOS INTERNACIONAIS

Amorim lamenta cancelamento da Celac

Ele diz América Latina tem que analisar 'novo cenário internacional' com Trump

O assessor especial da Presidência, Celso Amorim O assessor especial da Presidência, Celso Amorim  - Foto: Ludovic Marin/AFP

Assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim lamentou o cancelamento da reunião emergencial da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que aconteceria nesta quinta-feira.

O ex-chanceler defendeu que, em algum momento, os países da região discutam o atual cenário internacional, que tem como ponto forte o novo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

— Eu acho uma pena, mas foi uma questão técnica, que foi explorada pelos países que não queriam a reunião. A América Latina tem que ser capaz de analisar o novo cenário internacional. As deportações são só um aspecto — disse ao Globo, ponderando que se trata de uma opinião pessoal.

Amorim enfatizou que não citou nomes, mas interlocutores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que os líderes alinhados ideologicamente com Trump, como o argentino Javier Milei e o salvadorenho Nayib Bukele, preferem não falar sobre um tema tão espinhoso, como a deportação em massa de cidadãos de seus países.

— É necessário, em algum momento, ter uma discussão na América Latina sobre esse novo cenário mundial. O novo governo americano é um fator importantíssimo -- afirmou o assessor direto de Lula.

O cancelamento da reunião da Celac também ocorreu por outras razões. Uma delas é que foi convocada, no último domingo, a pedido do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que recusou o pouso de aviões militares americanos com nacionais deportados a bordo. Petro recuou, quando seu país foi ameaçado com sobretaxas e perdas de visto.

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