Sex, 05 de Dezembro

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Após Lula acusar Israel de genocídio, Fisesp cobra coragem para apontar "verdadeiros culpados"

Nota da entidade diz que o presidente ignora "a realidade dos fatos, escolhendo o caminho da retórica ideológica, e não da responsabilidade diplomática"

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante plenária da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante plenária da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro  - Foto: Pablo Porciuncula / AFP

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a acusar Israel de cometer um genocídio na Faixa de Gaza, em uma fala no domingo durante a Cúpula do Brics, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) criticou por meio de nota a manifestação do presidente, exigindo "coragem para apontar os verdadeiros culpados".

A nota da entidade, que representa parte da comunidade judaica no Brasil, manifesta "profunda indignação" diante da fala Lula, durante o Brics, que mencionou "violações à integridade territorial do Irã" e voltou a acusar Israel de genocídio. A organização diz que o presidente ignora "a realidade dos fatos, escolhendo o caminho da retórica ideológica, e não da responsabilidade diplomática".

"Ao falar em 'genocídio', o presidente desrespeita mais uma vez a memória das vítimas do Holocausto e banaliza um dos crimes mais graves da história da humanidade. Sua fala não é apenas falsa, é perigosa. Ela legitima o terrorismo, estimula o antissemitismo e isola o Brasil no cenário internacional ao colocá-lo ao lado de regimes ditatoriais que sufocam liberdades", diz a nota. "Um país que condena ataques a instalações iranianas, ignorando o fato de que o Irã financia o Hamas e reprime brutalmente mulheres e minorias, não está promovendo a paz. Está escolhendo lados. E escolheu o lado errado".

A Fisesp ainda afirma que o presidente brasileiro se aproxima de Rússia, Venezuela e Irã, ao mesmo tempo em que se "afasta de democracias e ignora o sofrimento de civis israelenses".

"Participa de cúpulas ao lado de ditadores, mas não aperta a mão do presidente dos Estados Unidos. Se diz mediador da paz, mas só aponta o dedo para um lado do conflito. Isso não é neutralidade. É cumplicidade", diz a nota.

A Fisesp ainda afirma que Israel e os judeus ao redor do mundo "desejam, sim, um Estado Palestino", mas "livre do terrorismo do Hamas e sem o financiamento antissemita do Irã".

"O Hamas não quer dois Estados. Não quer coexistência. Quer destruição. E, diante da paz, o terror perde sua razão de existir".

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