Após Lula acusar Israel de genocídio, Fisesp cobra coragem para apontar "verdadeiros culpados"
Nota da entidade diz que o presidente ignora "a realidade dos fatos, escolhendo o caminho da retórica ideológica, e não da responsabilidade diplomática"
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a acusar Israel de cometer um genocídio na Faixa de Gaza, em uma fala no domingo durante a Cúpula do Brics, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) criticou por meio de nota a manifestação do presidente, exigindo "coragem para apontar os verdadeiros culpados".
A nota da entidade, que representa parte da comunidade judaica no Brasil, manifesta "profunda indignação" diante da fala Lula, durante o Brics, que mencionou "violações à integridade territorial do Irã" e voltou a acusar Israel de genocídio. A organização diz que o presidente ignora "a realidade dos fatos, escolhendo o caminho da retórica ideológica, e não da responsabilidade diplomática".
"Ao falar em 'genocídio', o presidente desrespeita mais uma vez a memória das vítimas do Holocausto e banaliza um dos crimes mais graves da história da humanidade. Sua fala não é apenas falsa, é perigosa. Ela legitima o terrorismo, estimula o antissemitismo e isola o Brasil no cenário internacional ao colocá-lo ao lado de regimes ditatoriais que sufocam liberdades", diz a nota. "Um país que condena ataques a instalações iranianas, ignorando o fato de que o Irã financia o Hamas e reprime brutalmente mulheres e minorias, não está promovendo a paz. Está escolhendo lados. E escolheu o lado errado".
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A Fisesp ainda afirma que o presidente brasileiro se aproxima de Rússia, Venezuela e Irã, ao mesmo tempo em que se "afasta de democracias e ignora o sofrimento de civis israelenses".
"Participa de cúpulas ao lado de ditadores, mas não aperta a mão do presidente dos Estados Unidos. Se diz mediador da paz, mas só aponta o dedo para um lado do conflito. Isso não é neutralidade. É cumplicidade", diz a nota.
A Fisesp ainda afirma que Israel e os judeus ao redor do mundo "desejam, sim, um Estado Palestino", mas "livre do terrorismo do Hamas e sem o financiamento antissemita do Irã".
"O Hamas não quer dois Estados. Não quer coexistência. Quer destruição. E, diante da paz, o terror perde sua razão de existir".

