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MISSÃO HUMANITÁRIA

Bombeiros pernambucanos retornam após 17 dias combatendo incêndios na Bolívia

Agentes foram homenageados no CMPE nesta segunda-feira (21)

Bombeiros retornaram a Pernambuco após missão humanitária na BolíviaBombeiros retornaram a Pernambuco após missão humanitária na Bolívia - Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco

Os bombeiros pernambucanos que estavam em missão de ajuda humanitária no combate a incêndios florestais na Bolívia, retornaram ao Estado e receberam homenagem nesta segunda-feira (21), no Recife.

Ao todo, 11 bombeiros retornaram após 17 dias de combate árduo, em regiões inóspitas, e podem, agora, aproveitar a companhia da família. Eles foram recebidos por outros militares, e também pelos próprios familiares, em uma cerimônia emocionante de agradecimento ao trabalho bem realizado.

"A missão é muito importante porque aquele conhecimento que foi angariado ao longo de toda uma carreira pôde ser posto à prova nessa nova experiência. Eles puderam coletar novos conhecimentos nesses ambientes, e isso traz um diferencial que com certeza, neste momento, pode ser reverberado para toda a nossa tropa", disse o comandante geral do CBMPE, coronel Francisco Cantarelli.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Além do combate direto às chamas, os profissionais também atuaram no monitoramento contínuo das áreas, em ações de prevenção e na orientação às comunidades afetadas, e evitaram a propagação das chamas para outras regiões.

Os 11 militares embarcaram para a missão em 25 de setembro e se direcionaram, primeiramente, ao estado do Mato Grosso, onde fizeram o preparo para a missão no território boliviano. Eles se juntaram aos outros 43 bombeiros pernambucanos que já estavam mobilizados nas regiões dos incêndios.

Durante a missão, os bombeiros militares atuaram nas regiões das províncias de Florida e de San Ignacio de Velasco, integrando uma força-tarefa composta por equipes locais da Bolívia e Corpos de Bombeiros de outros estados brasileiros. Eles tiveram que enfrentar diversas dificuldades, principalmente de acesso aos focos de incêndio, que ficava dentro da mata. 

"Muito calor todos os dias. Muita fumaça e fuligem também. Por muitas vezes, tivemos que nos deslocar a pé, porque a região era muito inóspita. Se a viatura quebrasse, ficava pior ainda para nós. Também tínhamos pouquíssimos recursos, como comida e água. Querendo ou não, eles nos ofereciam o melhor que tinham, mas a gente sabe que tinha muita diferença a refeição para o que a gente tem aqui", explicou o segundo Sargento, Douglas Santos.

Apesar das dificuldades, no entanto, o que fica é a experiência e sentimento de dever cumprido. "A gente sai valorizando muito mais as pequenas coisas, como um banho até. Agradeço muito a Deus por ter me permitido retornar para a minha família. Nunca havia feito uma missão internacional, então foi muito gratificante por conta disso também", pontuou o bombeiro.

O fogo na área foi completamente controlado, e, com o retorno da equipe, iniciou-se também o período de chuvas na região. 

Retorno mais do que aguardado pela família
Se na Bolívia o trabalho era árduo, aqui no Brasil, o coração dos familiares estava apertado. O retorno dos entes queridos, com isso, era mais do que aguardado. 

A região, por ser de difícil acesso, mal tinha sinal de internet, e os bombeiros dependiam exclusivamente da operadora celular ou do gerador da própria comunidade indígena, que funcionava duas horas por dia. Apesar disso, o sentimento que fica é de orgulho pelos agentes.

"A família é fundamental no nosso dia a dia, é o nosso suporte. A gente fica tão distante, com pouca comunicação, então faz muita falta. Cada segundo que tínhamos de contato com eles renovava as nossas forças", disse o sargento Luiz Charamba.

"Ficava muito apreensiva, mas agora estou orgulhosa demais, porque sei a força e resistência que ele tinha para enfrentar isso. O coração estava apertado esperando ele voltar e a comunicação também dificultou. A gente chegou a ficar três dias sem notícia. Mandávamos mensagem de manhã e chegava à noite. Então foi uma experiência muito nova, mas também de muita alegria porque ele voltou", explicou a noiva de Charamba, Karlla Lima, designer de interiores de 28 anos.

Tanto Charamba, quanto os demais 10 bombeiros que retornaram vão poder aproveitar agora oito dias de folga com a família. Na Bolívia, agentes brasileiros seguem no combate onde ainda há focos de incêndio, mas a expectativa, mais uma vez, é de um trabalho bem-feito para retorno o mais rápido possível.

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