Ter, 09 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Israel

Brasileiro-palestino morre em prisão de Israel; governo pede esclarecimentos

Abdallah tinha 17 anos e era filho de pai brasileiro

Blindados israelenses durante ofensiva em campo de refugiados palestinos na Cisjordânia Blindados israelenses durante ofensiva em campo de refugiados palestinos na Cisjordânia  - Foto: Jaafar Ashtiyeh

O brasileiro-palestino Walid Khaled Abdallah, de 17 anos, morreu neste domingo em uma prisão em Israel.

O governo brasileiro está apurando a causa da morte e pediu esclarecimentos a Israel sobre as circunstâncias, de acordo com integrantes do Itamaraty.

Abdallah é filho de pai brasileiro. Além de cobrar explicações de Tel Aviv, o governo brasileiro está prestando assistência à família.

A diplomacia brasileira está auxiliando a família a receber o corpo.

A Federação Árabe Palestina do Brasil — entidade representante da comunidade palestina no país — disse que Walid Ahmed foi preso em setembro na região de Ramallah, na Cisjordânia, onde morava.

O conflito se agravou nos últimos dias. Israel rompeu o cessar-fogo obtido com ajuda de mediação internacional em janeiro, em vigor havia mais de dois meses.

A Defesa Civil de Gaza, sob comando do Hamas, afirmou que 11 pessoas morreram a sexta-feira em bombardeios israelenses — oito em ataques realizados neste quarto dia de ataques, e três que estavam internados por incidentes nos dias anteriores.

Apesar da escalada de violência em Gaza, que matou mais de 500 pessoas, segundo os cálculos da organização palestina, incluindo algumas autoridades do Hamas, as partes do conflito continuam a participar de negociações mediadas principalmente pelos EUA.

O Hamas disse que as negociações para retornar ao cessar-fogo ainda estavam em andamento nesta sexta-feira, apesar de reiterar que qualquer acordo para libertar mais reféns teria que levar ao fim permanente da guerra.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou na sexta-feira que instruiu as Forças Armadas do país a tomarem "mais territórios na Faixa de Gaza", sugerindo que eles podem ser "anexados", e se disse pronto para intensificar ataques por mar, terra e ar em resposta à recusa do grupo terrorista Hamas em libertar (ou entregar os corpos) os 59 reféns que continuam no enclave palestino — dos quais o governo acredita que menos da metade estão vivos — sem o compromisso de um cessar-fogo definitivo.

Katz afirmou, ainda, que é favorável ao uso de "todos os meios de pressão" para "implementar o plano de deslocamento voluntário do presidente americano (Donald) Trump para os residentes de Gaza".

O presidente dos EUA sugeriu no início de fevereiro a expulsão dos palestinos para países árabes dispostos a acolhê-los a fim de possibilitar a criação de uma "Riviera do Oriente Médio" habitada por gente de vários lugares em Gaza.

Veja também

Newsletter