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RIO DE JANEIRO

Câmara do Rio aprova projeto que cria programa nutricional para autistas na rede municipal de ensino

A proposta também autoriza os responsáveis por alunos com o TEA a levarem os alimentos que eles forem consumir

Cordão com o símbolo do autismoCordão com o símbolo do autismo - Foto: Roberto Dziura Jr/AEN-PR

A Câmara Municipal do Rio aprovou em sessão extraordinária, nesta quarta-feira, um projeto de lei que cria o programa nutricional para autistas nas unidades municipais de ensino.

De autoria do vereador Paulo Messina (PL), o texto estabelece um protocolo alimentar individualizado para os alunos diagnosticados dentro do espectro autista. O projeto também autoriza os responsáveis por alunos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) a levarem os alimentos que eles forem consumir.

O projeto prevê a interface dos responsáveis dos alunos autistas com as escolas sobre o planejamento nutricional da criança com o diagnóstico de TEA oferecido pela rede municipal de ensino. Os responsáveis informarão as peculiaridades de alimentação destes alunos ao órgão responsável pelo cardápio da merenda escolar.

Pai de dois jovens autistas e presidente da Comissão Especial que Acompanha as Políticas Públicas para Autistas e Neurodivergentes, Messina explica que uma das características do autismo é a seletividade alimentar.

— Um dos meus filhos, o Arthur, é extremamente seletivo e eu levava o lanche escamoteadamente, porque a escola municipal não permitia que o aluno levasse sua própria merenda. A aprovação deste projeto é um grande avanço, porque seletividade alimentar não é frescura. O autista simplesmente não come, morre de fome. Não adianta deixá-lo com fome, porque se não for o alimento que ele está habituado, ele não vai comer. Às vezes não é nem pelo sabor, mas pela cor — diz o vereador.

Um dos objetivos do programa de nutrição voltados a autistas é mapear os alunos com TEA nas unidades de ensino e relacionar seus hábitos alimentares e garantir a oferta de alimentação especial para estas crianças, contribuindo, assim, para a diminuição da evasão escolar.

— O nosso principal objetivo é facilitar a permanência do aluno com autismo na escola — afirma Messina. — Se o cardápio for individualizado, respeitando as preferências daquele aluno, a escola vai conseguir diminuir a recusa do aluno pela merenda, que acaba sendo decisiva para que a família desista e tire o aluno autista da escola.

Como o projeto tem maioria simples, foi aprovado em segunda discussão pela unanimidade dos vereadores presentes à sessão e agora vai à análise do prefeito Eduardo Paes, que poderá sancioná-lo ou vetá-lo.

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