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SAÚDE

"Cartilagem inteligente" elástica pode combater a dor da artrite assim que os surtos começam

Pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram material esponjoso que pode ser carregado de anti-inflamatórios para tratar artrites e outras condições

Os pesquisadores afirmam que são necessários mais ensaios clínicos antes que o produto possa ser usado em pacientes Os pesquisadores afirmam que são necessários mais ensaios clínicos antes que o produto possa ser usado em pacientes  - Foto: Freepik

Pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram um material esponjoso que pode ser carregado de anti-inflamatórios liberados em resposta a pequenas mudanças no pH do corpo. Como por exemplo, durante uma crise de artrite liberando medicamentos exatamente onde e quando são necessários.

Em uma crise de artrite, a articulação fica inflamada e ligeiramente mais ácida do que o tecido circundante. O material, desenvolvido pelos pesquisadores, à medida que a acidez aumenta, se torna mais macio e gelatinoso, desencadeando a liberação de moléculas de fármacos que podem ser encapsuladas em sua estrutura.

Como o material foi projetado para responder apenas a uma faixa estreita de pH, a equipe afirma que os fármacos podem ser liberados precisamente onde e quando são necessários, potencialmente reduzindo os efeitos colaterais.

Se usada como cartilagem artificial em articulações artríticas, essa abordagem poderia permitir o tratamento contínuo da artrite, melhorando a eficácia dos medicamentos para aliviar a dor e combater a inflamação.

Em todo o mundo, estima-se que a atrite afete mais de 600 milhões de pessoas.

 

Os pesquisadores afirmam que são necessários mais ensaios clínicos antes que o produto possa ser usado em pacientes, mas acreditam que a nova abordagem pode melhorar os resultados para pessoas com artrite e outras condições, incluindo câncer.

"Esses materiais podem 'sentir' quando algo está errado no corpo e responder administrando o tratamento exatamente onde ele é necessário", disse Stephen O'Neill, primeiro autor do estudo. "Isso poderia reduzir a necessidade de doses repetidas de medicamentos, ao mesmo tempo em que melhoraria a qualidade de vida dos pacientes”.

Os pesquisadores afirmam que isso pode abrir caminho para tratamentos de artrite mais duradouros e direcionados, que respondem automaticamente às crises, aumentando a eficácia e reduzindo os efeitos colaterais prejudiciais.

Os pesquisadores dizem que a abordagem pode ser adaptada a uma série de condições médicas, ajustando a química do material.

"É uma abordagem altamente flexível, então poderíamos, em teoria, incorporar medicamentos de ação rápida e lenta e ter um único tratamento que dura dias, semanas ou até meses", disse O'Neill.

A equipe agora quer testar os materiais em sistemas vivos para avaliar seu desempenho e segurança em um ambiente fisiológico.

A equipe afirma que, se for bem-sucedida, a nova abordagem poderá abrir caminho para uma nova geração de biomateriais responsivos, capazes de tratar doenças crônicas com maior precisão.

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