Dom, 07 de Dezembro

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Estados Unidos

Casa Branca defende bate-boca com Zelensky e publica nota explicando pontos levantados por Trump

Republicano acusou o governo de Kiev de "apostar na Terceira Guerra Mundial" e afirmou que líder ucraniano deve 'ser grato' pela ajuda americana

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr ZelenskyO presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky - Foto: Saul Loeb / AFP

A Casa Branca publicou uma nota em seu site nesta sexta-feira (28) defendendo as posições do presidente Donald Trump e de seu vice, JD Vance, após uma discussão acalorada com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Salão Oval antes de uma reunião que era crucial para o futuro da guerra na Ucrânia.

"O presidente Donald J. Trump e o vice-presidente JD Vance sempre defenderão os interesses do povo americano e daqueles que respeitam a posição dos Estados Unidos no mundo — e nunca permitirão que o povo americano seja enganado", afirmou.

Mais cedo, Trump elevou o tom com Zelensky, acusando o governo de Kiev de "jogar com a Terceira Guerra Mundial", e afirmando que ele deve "ser grato" pela ajuda americana.

Após a altercação, um acordo sobre o acesso dos EUA aos recursos minerais ucranianos não foi assinado, Zelensky foi praticamente expulso do Salão Oval e Trump disse que ele poderá voltar à Casa Branca "quando estiver pronto para a paz".

A nota da Casa Branca foi organizada por tópicos, de acordo com os pontos levantados por Trump durante o bate-boca.

— Deixe-me dizer a vocês, vocês não dá as cartas. Conosco, vocês têm as cartas, mas sem nós, vocês não têm nenhuma carta — disse Trump para Zelensky diante de representantes de ambos os governos e de membros da imprensa americana.

A Casa Branca justificou o comentário afirmando que mais da metade (52%) dos ucranianos quer um fim rápido para a guerra e acredita que a Ucrânia “deveria estar aberta a ceder algum território em troca da paz”, de acordo com uma pesquisa Gallup de novembro.

Também alegou que o exército ucraniano está enfrentando deserções crescentes à medida que “soldados mal treinados e exaustos [desaparecem]”, com as Forças Armadas ainda mais pressionadas pelas dificuldades de recrutamento e pelas “prisões de oficiais de combate respeitados e populares”, segundo disse à revista Time um dos assessores mais próximos de Zelensky , que pediu para não ter o novo revelado. A entrevista, porém, é de novembro de 2023.

De fato, os EUA forneceram bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia nos últimos três anos e se firmaram como o principal apoiador do país em termos de defesa durante a guerra. A suspensão desses pacotes pelo governo Trump está no centro de debates travados por líderes europeus nas últimas semanas, enquanto tentam encontram uma alternativa para o suporte de Washington.

— Vocês estão apostando na Terceira Guerra Mundial — advertiu Trump.

Segundo a Casa Branca, o próprio Zelensky reconheceu que a situação na Ucrânia poderia levar à Terceira Guerra Mundial e que, sem a ajuda dos EUA, eles perderiam, quando disse que "uma terceira guerra mundial poderia começar na Ucrânia, continuar em Israel, seguir para a Ásia e explodir em outro lugar".

— Eu lhe dei os dardos para derrubar todos esses tanques. Obama lhe deu lençóis — debochou Trump.

Segundo a Casa Branca, durante seu primeiro mandato, Trump aprovou o envio de mísseis antitanque para a Ucrânia, enquanto Barack Obama, seu antecessor, havia fornecido apenas ajuda não letal para a Ucrânia, incluindo cobertores.

Embora o governo Obama tenha sido criticado por sua recusa em fornecer assistência letal à Ucrânia, ele forneceu mais de US$ 100 milhões em assistência de segurança, bem como uma quantidade significativa de equipamentos militares e de defesa, segundo levantamento da CNN.

— Você foi à Pensilvânia e fez campanha para a oposição em outubro — argumentou o vice-presidente JD Vance.

De acordo com a Casa Branca, Zelensky teria viajado para a Pensilvânia em um avião da Força Aérea dos EUA para fazer campanha para os democratas.

Na verdade, o presidente da Ucrânia foi aos EUA para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas e visitou uma fábrica de munição à convite do então governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, um democrata. Na ocasião, ele criticou o então Senador JD Vance em uma entrevista.

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