Sáb, 06 de Dezembro

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China convoca embaixador do Japão por comentários de primeira-ministra sobre Taiwan

Recém-eleita Primeira-Ministra, Sanae Takaichi afirma que ataques da China a Taiwan poderiam justificar o envio de tropas japonesas sob "autodefesa coletiva".

Sanae Takaichi, a primeira-ministra do JapãoSanae Takaichi, a primeira-ministra do Japão - Foto: Kazuhiro Nogi / AFP

Pequim convocou o embaixador do Japão pelos comentários de sua nova primeira-ministra sobre Taiwan, uma ilha de governo democrático que a China reivindica como parte de seu território, informou ao governo do gigante asiático nesta sexta-feira (14).

Sanae Takaichi, a primeira mulher a governar Japão, disse na semana passada, no Parlamento, que ataques armados da China contra Taiwan poderiam justificar o envio de tropas para apoiar a ilha em virtude da "autodefesa coletiva".

Em meio a suas reivindicações de soberania, Pequim ameaçou utilizar a força para colocar Taiwan sob seu controle.

O vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Sun Weidong, convocou na quinta-feira o embaixador japonês na China, Kenji Kanasugi, segundo um comunicado publicado nesta sexta-feira.

O texto afirma que Sun realizou "sérias gestões diplomáticas devido às declarações equivocadas da primeira-ministra japonesa" sobre a China.

"Se alguém se atrever a interferir de qualquer forma na causa da unificação da China, este país sem dúvida responderá com firmeza", acrescenta o comunicado.

Crítica veemente de Pequim, Takaichi também afirmou ao Parlamento na semana passada que, se uma emergência em Taiwan implicar "navios de guerra e o uso da força, isso poderia constituir uma situação que ameaça a sobrevivência (do Japão), de qualquer forma que se observe".

Nesta sexta-feira, o secretário-chefe do gabinete japonês, Minoru Kihara, ratificou que a postura do governo sobre a ilha continua sendo a mesma e "é coerente com a Declaração Conjunta Japão-China de 1972".

O documento normalizou então as relações bilaterais e nele o Japão reconheceu a política de "uma só China" de Pequim.

"A paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan são importantes não apenas para a segurança do Japão, mas também para a estabilidade da comunidade internacional", acrescentou Kihara.

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