China convoca embaixador do Japão por comentários de primeira-ministra sobre Taiwan
Recém-eleita Primeira-Ministra, Sanae Takaichi afirma que ataques da China a Taiwan poderiam justificar o envio de tropas japonesas sob "autodefesa coletiva".
Pequim convocou o embaixador do Japão pelos comentários de sua nova primeira-ministra sobre Taiwan, uma ilha de governo democrático que a China reivindica como parte de seu território, informou ao governo do gigante asiático nesta sexta-feira (14).
Sanae Takaichi, a primeira mulher a governar Japão, disse na semana passada, no Parlamento, que ataques armados da China contra Taiwan poderiam justificar o envio de tropas para apoiar a ilha em virtude da "autodefesa coletiva".
Em meio a suas reivindicações de soberania, Pequim ameaçou utilizar a força para colocar Taiwan sob seu controle.
O vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Sun Weidong, convocou na quinta-feira o embaixador japonês na China, Kenji Kanasugi, segundo um comunicado publicado nesta sexta-feira.
Leia também
• Na China, vendas do "Dia dos Solteiros" crescem, mas consumo segue fraco, dizem analistas
• Japão: terremoto de magnitude 6,9 atinge costa e alerta de tsunami é emitido
• Trump diz que não pode revelar segredos, caso China invada Taiwan
O texto afirma que Sun realizou "sérias gestões diplomáticas devido às declarações equivocadas da primeira-ministra japonesa" sobre a China.
"Se alguém se atrever a interferir de qualquer forma na causa da unificação da China, este país sem dúvida responderá com firmeza", acrescenta o comunicado.
Crítica veemente de Pequim, Takaichi também afirmou ao Parlamento na semana passada que, se uma emergência em Taiwan implicar "navios de guerra e o uso da força, isso poderia constituir uma situação que ameaça a sobrevivência (do Japão), de qualquer forma que se observe".
Nesta sexta-feira, o secretário-chefe do gabinete japonês, Minoru Kihara, ratificou que a postura do governo sobre a ilha continua sendo a mesma e "é coerente com a Declaração Conjunta Japão-China de 1972".
O documento normalizou então as relações bilaterais e nele o Japão reconheceu a política de "uma só China" de Pequim.
"A paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan são importantes não apenas para a segurança do Japão, mas também para a estabilidade da comunidade internacional", acrescentou Kihara.

