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Convênio prevê mais vagas de emprego para detentos em Itamaracá

A fábrica de esquadrias foi implantada há dois anos e, na PAISJ, atualmente, dá emprego a 56 reeducandos e o projeto da empresa é que esse número aumente

Número de detentos trabalhando no local aumentou de 20 para 56 e a produção de esquadrias de alumínioNúmero de detentos trabalhando no local aumentou de 20 para 56 e a produção de esquadrias de alumínio - Foto: Divulgação / Seres

Reeducandos da Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ) estão tendo uma maior oportunidade de conseguir um emprego enquanto cumprem suas penas. A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), em parceria com a IBRAP Indústria e Comércio, fechou um convênio para aumentar o número de empregos na fábrica que funciona dentro do complexo prisional, em Itamaracá, no Grande Recife. A fábrica de esquadrias foi implantada há dois anos e, atualmente, emprega 56 reeducandos e o projeto da empresa é que esse número aumente ainda mais até o fim do ano.
  
De fevereiro até hoje, o número de detentos trabalhando no local aumentou de 20 para 56, e a produção de esquadrias de alumínio passou de três para seis mil peças mensalmente. O supervisor industrial da IBRAP, na penitenciária, Diego Nascimento, informou que, até o fim de 2018, caso a empresa consiga implementar horários diurnos na PAISJ, a capacidade de mão de obra poderia crescer ainda mais e ficar entre 80 a 100 trabalhadores.

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“Essa ação é muito importante, tanto para a empresa no sentido de ter disponibilidade de mão de obra, como também para os próprios reeducandos que acabam se qualificando para o mercado de trabalho e voltando a se ressocializar, porque eles vão estar conseguindo receber o seu pagamento e poder ajudar a família. A gente observa neles um grande entusiasmo porque muito se dedicam bastante, chegando cedo ao trabalho e colaboram de todas as formas para poder aprender as atividades”, afirmou o supervisor.

Para trabalhar na fábrica, os detentos têm que estar cumprindo a pena no regime semiaberto, terem bom comportamento e possuírem certas habilidades. Eles cumprem um total de nove horas diárias, das 7h às 11h30 e 13h às 17h30, produzindo, embalando e carregando o caminhão com portas e janelas prontas para serem comercializadas. “Essa é uma oportunidade de emprego que me foi dada e aproveito com todo gosto. Tenho família para sustentar e preciso sair daqui [da prisão] com uma profissão”, reconheceu o reeducando Marco Antonio de Medeiros, 42 anos, há dois anos na PAISJ e três meses na IBRAP.

Os trabalhadores recebem remuneração com valor correspondente a 75% do salário mínimo, sendo que 25% é destinado ao recolhimento do pecúlio de acordo com a Lei de Execução Penal. A remição por meio do emprego garante ao detento um dia a menos na pena a cada três dias trabalhados. “Esse trabalho é importante para mim tanto fora como dentro daqui [da prisão]. Eu estou me familiarizando com a profissão e o bom também é que estou ajudando a minha família e a reduzir minha pena”, afirmou o reeducando Tassiano Felipe da Silva, 28 anos, há um ano na PAISJ.

 

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