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guerra no oriente médio

Corpo de Sinwar pode ser usado como 'moeda de troca' com o Hamas

Morto durante um treinamento de soldados que não esperavam encontrá-lo, líder terrorista foi identificado no dia seguinte a sua morte

Yahya SinwarYahya Sinwar - Foto: Mahmud Hams/AFP

O corpo do líder morto do Hamas, Yahya Sinwar, pode ser usado como "moeda de troca" para garantir a libertação de reféns de Gaza, de acordo com a agência de notícias CNN, que cita duas fontes israelenses para afirmar que o corpo de Sinwar, morto na quarta-feira, pode ser "a chave" para garantir o retorno dos reféns.

De acordo com as fontes, as autoridades israelenses ainda não decidiram oficialmente "como aproveitar" os restos mortais de Sinwar, mas a ideia de usá-los como 'moeda de troca' não está descartada.

O líder do grupo palestino Hamas, Yahya Sinwar, foi localizado e morto por um esquadrão em treinamento em uma operação na quarta-feira. Um drone israelense chegou a capturar os últimos momentos de Sinwar ainda vivo. Ele aparece ferido, balançando um pedaço de madeira na tentativa de derrubar o dispositivo, antes de ser morto. Para garantir que o alvo certo havia sido abatido, Israel coletou amostras de DNA, impressões digitais e também extraiu dentes da arcada dentária.

Embora Sinwar tenha sido morto em uma operação na quarta-feira, a confirmação oficial de que ele havia tombado só veio um dia depois, após um processo de confirmação de identidade que envolveu a amputação de um dedo e uma operação de remoção do corpo de Rafah, no sul de Gaza. Entenda como foi o processo de identificação:

A primeira etapa foram as fotos produzidas por drones e, em seguida, por tropas em solo. Segundo as autoridades, a estrutura dentária visualmente combinava com o conjunto único de dentes, que inluía deformidades severas e lacunas nas mandíbulas superiror e inferior. Mas, para o registro definitivo, era necessário comparar o material genético do corpo encontrado.

A operação que resultou na morte de Sinwar foi filmada — com o último registro do líder do Hamas em vida mostrando-o com o rosto coberto por uma camisa e tentando derrubar um drone israelense com um pedaço de madeira. O laudo da autópsia, obtido pela rede britânica BBC, concluiu que Sinwar foi morto por um tiro na cabeça e por estilhaços de granada.

Apesar da morte na quarta-feira, as tropas israelenses somente foram inspecionar o local da ação com drones na quinta-feira, encontrando o corpo e identificando que ele tinha "semelhança" com Sinwar. De imediato, o cadáver não foi retirado do local, em meio a suspeitas de que pudesse haver algum tipo de armadilha preparada.

Após o local ser liberado, as tropas extrairam as impressões digitais e fios de cabelo de sua barba, que foram transeridos para o departamento forense da Polícia de Israel. Sinwar já passou muitos anos preso, o que significa que as forças de segurança tinham registros de suas impressões digitais, bem como de seu material genético.

Apenas após a área ser considerada segura pelos militares é que o corpo de Sinwar foi retirado de Gaza. Uma autópsia completa foi realizada no Instituto Forense de Abu Kabir, segundo relato do site de notícias Walla. A mesma fonte acrescenta que o instituto ainda espera resultados de testes complementares, que devem determinar se havia drogas ou outras substâncias incomuns no sangue de Sinwar no momento de sua morte.

A imprensa israelense noticiou que o corpo do líder do Hamas, após a autópsia, foi transferido para um local secreto dentro de Israel. Ainda não há confirmação oficial do que será feito com os restos mortais.

Do anúncio à confirmação de Israel

O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, anunciou, na noite desta quinta-feira, que Sinwar havia sido "eliminado". Pouco antes de confirmar a morte do líder, o Exército israelense havia informado que "eliminou três terroristas" em operações em Gaza e realizava exames para verificar se Sinwar estava entre eles.

O comunicado não detalha onde e como foram mortos. "Não havia nenhum sinal de presença de reféns no prédio onde os terroristas foram eliminados", informou o exército, referindo-se às pessoas sequestradas no ataque de 7 de outubro de 2023.

Segundo a emissora de TV saudita al-Arabiya, a operação foi realizada na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O site Ynet informou que dinheiro e documentos de identidade foram encontrados com os corpos.

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