"Corredor polonês": Câmeras flagram homens armados agredindo jovens em boate na Síria
Testemunha disse ter ouvido tiros e pessoas saindo correndo da boate, em Damasco
Um vídeo divulgado pela agência AFP neste domingo mostra um grupo de homens armados atacando civis na saída de uma boate no centro de Damasco, capital da Síria. Nas imagens, é possível ver os agressores espancando homens e mulheres que deixavam o local. Ainda não há informações oficiais sobre vítimas, e a identidade dos envolvidos permanece desconhecida.
Testemunhas ouvidas, de acordo com o jornal Gulf Today, relataram ter escutado disparos e presenciado a movimentação de pessoas em fuga nas primeiras horas do dia 29 de abril. O incidente aconteceu poucos dias após o fechamento de diversos bares e restaurantes em bairros cristãos da capital, sob a justificativa de violações administrativas — incluindo o consumo de bebidas alcoólicas e narguilé.
A medida foi amplamente criticada por ativistas nas redes sociais, que viram nas ações uma possível tentativa de imposição de normas mais conservadoras e de restrição à liberdade religiosa e de costumes. Três estabelecimentos foram oficialmente notificados pelo governo provincial, o que gerou receio entre minorias religiosas e setores mais laicos da sociedade.
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O episódio ocorre em meio à escalada de tensão provocada por uma série de bombardeios israelenses em território sírio. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ao menos 119 pessoas — a maioria combatentes da minoria drusa — morreram em confrontos recentes, agravando o clima de insegurança no país.
No sábado, o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, condenou os ataques aéreos e pediu que Israel cesse imediatamente as violações da soberania síria.
“Condeno veementemente as contínuas e crescentes violações da soberania da Síria por Israel, incluindo múltiplos ataques aéreos em Damasco e outras cidades”, declarou Pedersen em uma publicação na rede X (antigo Twitter).
O governo sírio ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ataque em frente à boate. O caso adiciona um novo elemento de instabilidade a uma capital que, apesar de distante dos principais campos de batalha da guerra civil, vive sob crescente pressão política, social e militar.

