Sáb, 06 de Dezembro

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Diretor da OMS diz que 'grande parte' da população de Gaza passa 'fome'

Sua declaração se junta à de 111 organizações de ajuda e grupos de direitos humanos que alertaram que "a fome em massa" está se espalhando em Gaza

Grande parte da população da Faixa de Gaza sofre de fomeGrande parte da população da Faixa de Gaza sofre de fome - Foto: Omar AL-Qattaa/AFP

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse, nesta quarta-feira (23), que "grande parte" da população da Faixa de Gaza sofre de fome e que o fornecimento de alimentos ao território palestino em guerra está "muito abaixo do necessário".

"Não sei mais como podemos descrever o que está acontecendo além de que há pessoas morrendo de fome em massa e isso é causado pelo homem", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Sua declaração se junta à de 111 organizações de ajuda e grupos de direitos humanos, incluindo Médicos Sem Fronteiras e Oxfam, que alertaram nesta quarta-feira que "a fome em massa" está se espalhando em Gaza.

"Nossos colegas e todos aqueles a quem atendemos estão se consumindo", disseram em um comunicado conjunto.

Israel enfrenta pressão mundial sobre a situação de catástrofe humanitária em Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas enfrentam severa escassez de alimentos e outros itens básicos após 21 meses de conflito.

Apesar de Israel ter começado a aliviar o bloqueio que durou mais de dois meses no final de maio, a população de Gaza continua sofrendo escassez extrema.

"As 2,1 milhões de pessoas presas na zona de guerra que é Gaza enfrentam outro assassino além das balas e das bombas: a fome", afirmou Tedros. "Estamos presenciando um aumento letal de mortes relacionadas à desnutrição", acrescentou.

"A taxa global de desnutrição aguda ultrapassa 10%, e mais de 20% das mulheres grávidas e lactantes que foram analisadas sofrem de desnutrição, às vezes severa", destacou o chefe da OMS.

"Pedimos acesso total e um cessar-fogo e uma solução política (...), durável", declarou.

A OMS registrou desde o início do ano 21 mortes de crianças menores de cinco anos relacionadas à desnutrição, mas a organização ressalta que o número está abaixo da realidade.

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