Seg, 22 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Notícias

Dois dos maiores hackers do Brasil integravam quadrilha que clonava cartões

Quadrilha pretendia clonar site do BNDES

Equipamentos usados na quadrilha de clonagemEquipamentos usados na quadrilha de clonagem - Foto: Rádio Folha

Dois dos maiores hackers do País foram presos na operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco. O carioca Yago Affonso, 22 anos, conhecido como Picasso, e o pernambucano Andrews Renoir Ferreira, 34, integravam a quadrilha interestadual detida, nessa quinta-feira (23), por clonagem de cartão e furto qualificado, além de hackear informações e dados. Além dos dois, o bando era formado por mais cinco homens e uma mulher que pretendiam clonar o site do BNDES.

As informações sobre a prisão foram passadas na tarde desta sexta-feira (24) pelo delegado João Gustavo Godoy, em entrevista coletiva, no Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri). Segundo a polícia, a quadrilha é interestadual - os suspeitos são de Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo. No Estado, as prisões foram realizadas nos bairros de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e Beberibe, na Zona Norte.

Além de Andrews Renoir e Picasso, foram detidos os pernambucanos Gilson Teodoro da Silva, 26, e Erilson Barbosa de Oliveira Jr, 21; os paulistas Samara Saraiva Neves,
22, Gilberto Rocha dos Santos, 30, e Bruno dos Santos Silva, 27; e o paraibano Lucas Tadeu Moreira Malta, 26.

Segundo a Polícia, a quadrilha agia através de telefonemas e também pela internet. No primeiro caso, o bandido, passando-se como funcionário de operadora, ligava para o cidadão e pedia que digitasse a senha ao celular. Nesse processo, um dispositivo no aparelho do bandido decodificava o "tom" digitado, transformando-o em número. Já de posse da senha, o bandido também orientava o cidadão a entregar o cartão, para troca, e um motoqueiro pegaria o cartão no local.

"A pessoa não deve dar nenhuma informação por telefone", alerta o delegado João Gustavo Godoy, chamando a atenção de que os bancos e as operadoras de telefonia já têm esses dados e, portanto, não precisam que sejam informados.

Outra forma de ação da quadrilha era pela internet, enviando vírus através de e-mails e em sites falsos. "Eles trabalhavam no volume. Enviavam milhões e milhões de e-mails para que um ou dois clicassem, permitindo o aceso às informações que estavam no computador", afirmou o delegado. João Gustavo Godoy contou que o bando planejava clonar o site do BNDES, quando teriam acesso a cartões com altas somas de dinheiro.

A Polícia não soube precisar o valor roubado pela quadrilha, mas o montante, segundo o delegado, gira em torno de "milhares de reais". Ele lembrou ainda que as vítimas, com o golpe, costumam enfrentar problemas junto ao banco após a investida. "É uma ação perversa porque, muitas vezes, o banco não quer ressarcir o cliente por achar que ele deu a senha".

Segundo o delegado João Gustavo Godoy, a maioria das vítimas são idosos e foi a partir de uma senhora de maior idade, vítima da quadrilha que realizou compras em uma loja no bairro de Boa Viagem com o cartão da mulher, que a polícia começou as investigações e chegou ao bando.

Os detidos, que irão para audiência de custódia, vão responder por crimes de formação de quadrilha, tráfico de drogas, associação para o tráfico, uso de documento falso, falsificação de documento público e furto mediante fraude.

Veja também

Newsletter