Dom Lamartine Soares
Já faz um bom tempo que trago na cabeça a necessidade de cumprir uma homenagem merecida a dom Lamartine pela sua passagem positiva na administração de nossa arquidiocese, como bispo auxiliar e braço direito de dom Helder Câmara.
Agora, ao aproximar-se os 36 anos de seu falecimento, ocorrido no dia 18 de agosto de 1985, não gostaria de passar mais um ano, com o que considero uma dívida para com esse "injustiçado".
Como leigo católico, tive a honra de participar do sepultamento de dom Lamartine, na Sé de Olinda, com a presença de vários sacerdotes e bispos, destacando-se o Dom da Paz, que, na ocasião, fez uma bonita homilia nominando dom Lamartine como o "pavio", pois, "o mundo todo me conhecia pela minha presença em encontros e solenidades ao redor do mundo e, eu era a "chama" da vela que todos viam, mas, para que a "vela" ficasse acesa, tinha que haver um "pavio" que ninguém percebia, não via. Enquanto eu viajava, pregava, era ele quem enfrentava os problemas e as tarefas administrativas da cúria, com sua capacidade e minha inteira confiança".
Muitos políticos cristãos (ou não) contaram com o apoio e a ajuda de dom Lamartine para conseguirem ser libertados ou protegidos das "Garras" do regime militar então vigente. Poucos lembram que d. Lamartine foi nomeado pelo Papa como arcebispo de Maceió, porém, enfrentando a luta contra um câncer, não chegou a tomar posse, falecendo antes.
Nós, católicos da Arquidiocese de Olinda e Recife, bem como toda a sociedade, temos uma obrigação para com d. Lamartine, não permitindo que sejam esquecidos seus préstimos à igreja e ao povo.
Pode ser um nome de um logradouro (rua, praça etc.), um busto ou outro qualquer monumento que o mantenha em nossa memória.
*Economista aposentado e ex-vice-prefeito /vereador de Jaboatão dos Guararapes
