Duplicação da ponte do Janga atrasa
Obra começou há mais de um ano e meio, com previsão de entrega para janeiro passado, depois para agosto e agora, só em dezembro
A duplicação da ponte do Janga, em Paulista, que era prevista para janeiro passado e havia tido seu término reprogramado para este mês de agosto, agora só deve ficar pronta em dezembro. O cronograma é da Prefeitura de Paulista, que atribui o atraso a problemas relativos aos repasses financeiros necessários à execução dos serviços.
A obra começou há mais de um ano e meio e tem gerado transtornos para quem vive ou passa pelo local, na Região Metropolitana do Recife. São percursos que levam até uma hora a mais para serem feitos, além do barulho de máquinas e da poeira que invade imóveis próximos.
As intervenções na ponte são a principal parte de um projeto maior, que incluiu a duplicação da PE-01 /Avenida Carlos Gueiros Leite, já concluída. O problema é que os efeitos da benfeitoria, até agora, são menores do que o esperado porque os motoristas saem de uma via com duas faixas em cada sentido e se deparam com um gargalo na ponte, que só tem uma faixa em cada direção. É pouco espaço para cerca de 50 mil veículos, inclusive, muitas linhas de ônibus. “Quando dá 6h, já está um trânsito quilométrico, já tem guardas apitando. A gente que mora aqui perto tem que acordar.
O pessoal fica buzinando direto, os tratores param por aqui, sobe poeira. O transtorno tem sido grande”, diz a estudante Samara Gomes.
Por conta do tráfego intenso e complicado, os acidentes são comuns, inclusive os que envolvem pedestres. “Esse problema já faz muitos anos. Depois que asfaltaram [a avenida já concluída], melhorou um pouquinho, mas a ponte é só promessa e parece que não fica pronta nem tão cedo”, avalia o motorista José da Silva, 54, morador do Janga há quase 20 anos.
As obras estão sendo realizadas por meio de um convênio entre a Prefeitura de Paulista e o Governo do Estado e incluem a construção de uma nova ponte ao lado da atual e a restauração da já existente. Ao todo, 4,5 quilômetros da PE-01 foram alargados. Em janeiro de 2016, quando os serviços foram anunciados, os responsáveis explicaram que a estrutura havia sido erguida em 1974, quando o município tinha 70 mil habitantes, e já não suporta a demanda. Hoje, são mais de 320 mil habitantes, número que cresce nos fins de semana devido aos frequentadores das praias.
O secretário executivo de Infraestrutura da Prefeitura de Paulista, Pedro César, diz que o atraso foi de verbas estaduais e que, por isso, as obras seguem em ritmo lento. “O montante de R$ 1,6 milhão de contrapartida de Paulista já foi aportado.
Falta a parte do Estado. Isso já foi motivo de conversa com o governador Paulo Câmara, que está empenhado”, explica. Além da ponte, falta concluir a ligação com a avenida Ministro Marcos Freire, em Olinda, o que já foi alvo de um acerto com o município vizinho e de um aditivo de R$ 1,6 milhão.
Em nota, a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado informou que o convênio celebrado com Paulista prevê um repasse estadual que totaliza R$ 15,9 milhões, considerando o aditivo referente ao trecho Olinda, e que esse valor já foi transferido em parcelas (R$ 1,25 milhão, em 2015, R$ 7,25 milhões, em 2016, e R$ 1 milhão, em 2017). A próxima parcela, de mais R$ 1 milhão, “está em fase de liberação”.

