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Conferência

Encontro on-line debate impactos da guerra às drogas na população feminina

Evento, que começa nesta quinta-feira (9), é realizado pela Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa).

Rede Nacional de Mulheres Feministas AntiproibicionistasRede Nacional de Mulheres Feministas Antiproibicionistas - Foto: Fran Silva/Divulgação

Com a terceira maior população carcerária do mundo, a política antidrogas no Brasil representa uma das faces mais violentas da desigualdade social e da discriminação racial que marcam a sociedade brasileira e atingem, em particular, as mulheres.

Tendo como tema “50 anos da guerra às drogas - Mulheres usuárias resistindo a democracias proibicionistas”, será realizado esta semana o 2º Encontro Internacional da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa). O evento é gratuito e on-line, sendo transmitido pelo YouTube. A programação começa nesta quinta-feira (9) e segue até o próximo sábado (11).

Os debates vão reunir mulheres do Brasil, Chile, Estados Unidos, México, Argentina e República Dominicana. Entre as convidadas, estão a antropóloga dominicana Ochy Curiel, a advogada e ativista estadunidense Deborah Small e a jornalista Beatriz Sánchez, que participa da Assembleia Constituinte do Chile.

“A maior parte das pessoas que são presas hoje no Brasil está no sistema prisional por algum crime de menor potencial, sem uso de violência, relacionado ao comércio das drogas”, explica Ingrid Farias, uma das coordenadoras da Renfa e palestrante no evento.

Ela lembra que as ações da guerra às drogas se direcionam a segmentos específicos da sociedade. “Algumas pessoas continuam usando sem nenhuma forma de repressão, enquanto grupos periféricos, de pessoas negras e indígenas, são atingidos pela criminalização. Por isso, entendemos que a política de drogas é um instrumento do racismo institucional no Brasil”, afirma.

Além das conferências, o público poderá se inscrever para participar de um grupo no WhatsApp em que os temas das mesas serão discutidos durante o encontro. As inscrições para essa modalidade são exclusivas para mulheres, cis e trans, e pessoas não-binárias, que vão receber ainda um certificado.

Coletivo formado por mulheres atingidas pelas políticas proibicionistas de segurança pública, a Renfa atua em onze estados: Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio de Janeiro e Ceará.

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