Ex-general russo é condenado a 7 anos de prisão por corrupção e pode ser enviado à guerra na Ucrânia
Vadim Shamarin, que já havia sido preso no ano passado, foi acusado por aceitar propinas no valor de mais de US$ 400 mil (cerca de R$ 2,3 milhões)
O Tribunal Militar da Guarnição de Moscou, na Rússia, condenou nesta quinta-feira o ex-general e ex-vice-chefe do Estado-Maior, Vadim Shamarin, a sete anos de prisão por aceitar propinas no valor de mais de US$ 400 mil (cerca de R$ 2,3 milhões).
Leia também
• Zelensky afirma ter 'informações' de que a China fornece armas à Rússia
• Rússia remove os talibãs da lista de organizações terroristas
• Putin elogia Musk e o compara ao pai do programa espacial soviético
Vadim Shamarin, de 53 anos, já havia sido preso em maio do ano passado sob acusações de fornecer contratos de Defesa inflacionados, em troca de dinheiro, a um fabricante de telefones entre 2019 e 2023.
Imagens divulgadas por veículos de comunicação russos mostraram o ex-general sendo escoltado por agentes pelo tribunal, com expressão séria e abatida, momentos antes da sentença ser lida. Além de sete anos de prisão, o tribunal também confiscou 36 milhões de rublos (US$ 437 mil) dele, segundo a agência de notícias RIA.
O advogado de defesa, Vladimir Shelupakhin, declarou à agência TASS que Shamarin está disposto a cumprir sua pena lutando na guerra da Ucrânia, uma alternativa oferecida por Moscou a milhares de condenados desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.
— Se for aprovado, Vadim Shamarin irá como lutador regular — disse Shelupakhin.
A campanha anticorrupção da Rússia
Desde o início do quinto mandato de Putin, o governo russo intensificou os esforços de combate à corrupção, numa tentativa de acalmar a crescente insatisfação popular com o desperdício de recursos públicos em plena guerra.
A queda de diversas figuras do alto escalão militar, incluindo a destituição do ex-ministro da Defesa Sergei Shoigu, no ano passado, é interpretada como um expurgo no comando das Forças Armadas, motivado por seguidos reveses na ofensiva na Ucrânia.
Segundo promotores russos, mais de uma dúzia de oficiais militares e funcionários do setor de Defesa foram acusados de envolvimento em esquemas de desvio de dinheiro público desde o ano passado.
Vários funcionários ainda não foram condenados, incluindo o ex-vice-ministro da Defesa Timur Ivanov, que é acusado de desviar US$ 38,3 milhões (cerca de R$ 222 milhões) de um banco sediado em Moscou.

